Cristiano Maia dobra produção de sua Samaria Rações
Sua fábrica de Fortaleza está sendo ampliada outra vez e sua produção saltará, no fim deste ano, das atuais 8 mil toneladas/mês para 16 mil toneladas/mêso
Com investimento de mais de R$ 15 milhões, a Samaria Rações, integrante do Grupo Samaria, liderado pelo empresário cearense Cristiano Maia, está executando mais uma ampliação de sua fábrica cearense de rações localizada na margem Norte do IV Anel Viário. A fábrica está ganhando novos e mais modernos equipamentos que, até o fim deste ano, dobrarão sua produção das atuais 8 mil toneladas/mês para 16 mil toneladas/mês.
Cristiano Maia revelou à coluna que esse investimento é necessário para “atender à demanda do mercado, que cresce na mais alta velocidade”. A Samaria produz rações para cães, gatos, bovinos, equinos, peixes e camarão, possuindo, também, outra unidade na cidade pernambucana de Goiana, à margem da BR-010, entre Recife e João Pessoa.
O Grupo Samaria opera em várias áreas da atividade econômica, incluindo agricultura, pecuária, construção pesada, construção civil e carcinicultura (é o maior criador de camarão do país).
Ontem, esta coluna perguntou a Cristiano Maia se ele não teme uma reviravolta na economia por causa dos juros altos que encarecem o crédito e do desarranjo das contas públicas provocado pela política fiscal. Sua resposta:
“Sou empresário há dezenas de anos. Já enfrentei várias crises e saí vivo e fortalecido de todas elas. Invisto porque confio no meu país, no seu povo e na sua capacidade de trabalho. As crises existem para ser enfrentadas e, em muitos casos, para testar a competência de quem empreende, e eu me considero um empreendedor que aprendeu a conviver com elas, sejam de que tamanho for.”
Quem fala assim sabe o que diz.
ECONOMIA BRASILEIRA ESTÁ EM PONTO DE TRANSIÇÃO
O Boletim Focus do Banco Central, divulgado ontem, trouxe indicadores que apontam estabilidade e consistência nas projeções. A estimativa para a inflação medida pelo IPCA ficou em 4,70%, sinalizando leve desaceleração frente às previsões anteriores, enquanto o crescimento do PIB permaneceu em torno de 2,17%. Já a taxa de juros Selic, mantida em 15% ao ano, reflete a postura firme da Autoridade Monetária diante de um contexto de preços ainda acima do centro da meta. Esse conjunto de dados mostra que a economia segue um caminho de equilíbrio, com avanços graduais, controle inflacionário e um cenário de juros que, embora elevados, têm cumprido o papel de preservar a credibilidade da política econômica, como explica André Matos, CEO da MA7 Negócios, uma empresa do mercado financeiro.
O atual momento representa uma fase de ajustes que exige coordenação entre política fiscal e monetária. André Matos diz:
“O Brasil está em um ponto de transição. A inflação vem cedendo de forma gradual, o que demonstra eficácia da política de juros, mas o equilíbrio entre controle de preços e estímulo à atividade ainda demanda cuidado. A consistência das decisões de hoje é o que garantirá crescimento sustentável nos próximos anos. Manter previsibilidade, transparência e disciplina fiscal será essencial para preservar a confiança do investidor e sustentar o poder de compra das famílias”.
Ele acrescenta que a manutenção da Selic em 15% representa mais do que uma resposta técnica, é um sinal de compromisso com a estabilidade que o país levou anos para reconstruir.
MODELO TRIBUTÁRIO BRASILEIRO É UM MANICÔMIO
Reparem vocês a quantas anda o manicômio tributário brasileiro: estamos celebrando 37 anos da Constituição Federal de 1988, mas a realidade legislativa brasileira revela-se cada vez mais complexa e de difícil interpretação.
De acordo com um novo estudo realizado pelo Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT), desde a promulgação da Constituição de 1988, até o final de setembro deste ano de 2025, o Brasil editou impressionantes 8.222.427 normas, com uma média diária de 609 normas. Este volume afeta diretamente a vida dos cidadãos e, especialmente, das empresas que operam no país.
A grande quantidade de normas traz consigo um peso significativo para as empresas. De acordo com o levantamento, estima-se que as companhias brasileiras gastam, em média, R$ 279 bilhões por ano apenas para acompanhar e implementar as constantes modificações legislativas e tributárias.
O presidente executivo do IBPT, João Eloi Olenike, expressou sua preocupação, dizendo o seguinte:
“A quantidade de normas editadas no Brasil revela uma dificuldade estrutural de pensar o país a longo prazo. Em vez de aperfeiçoar o que já existe, criamos regras que se sobrepõem, se contradizem e, muitas vezes, tornam a aplicação da lei impraticável. O resultado é um sistema jurídico denso, caro e instável, que exige das empresas um esforço desproporcional apenas para se manterem em conformidade. Simplificar a legislação não é mais uma pauta técnica — é uma condição essencial para destravar o crescimento econômico e recuperar a confiança no Estado.”
Exatamente por causa dessa enxurrada diária de novas nomas, aqui o Ceará há empresas que gastam uma semana por mês somente para tratar do pagamento dos seus impostos.
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