Segundo a Pesquisa Especial de Crédito da Febraban (Federação Brasieira de Bancos), o saldo total de crédito deve mostrar nova expansão em maio, com alta estimada de 1%, e mais uma vez o crédito destinado às famílias deve ser o destaque, desta vez, com alta de 2,1%.
Com esse resultado, o ritmo de expansão anual da carteira total deve ficar em 16,3%, com ligeira desaceleração ante estimativa feita em abril, de crescimento de 16,5%, mas permanecendo em elevado patamar, acima de 16%. Já a carteira Pessoa Física com recursos livres deve chegar a um crescimento anual de 25,3%.
A Pesquisa de Crédito da Febraban é divulgada mensalmente como uma prévia da Nota de Política Monetária e Operações de Crédito do Banco Central, e as projeções são feitas com base em dados consolidados dos principais bancos do país, que representam de 38% a 88% do saldo total do Sistema Financeiro Nacional, dependendo da linha, além de outras variáveis macroeconômicas que impactam o mercado de crédito.
Por causa da greve dos funcionários do Banco Central, os dados da Nota de Operações de Crédito não têm sido divulgados desde fevereiro. As projeções de maio feitas pela Febraban consideraram as estimativas da Pesquisa Especial de Crédito referente ao mês de abril de 2022.
“A pesquisa traz um cenário de continuidade do forte ritmo de crescimento do crédito neste primeiro semestre, com destaque para a carteira voltada para as famílias. Mesmo num cenário de alta da Selic, a atividade econômica vem surpreendendo positivamente, compondo um quadro favorável para a expansão das operações de crédito”, diz Rubens Sardenberg, diretor de Economia, Regulação Prudencial e Riscos da Febraban.
“Avaliamos que o resultado de maio foi beneficiado pela continuidade do processo de normalização das atividades, pela recuperação do mercado de trabalho e também pelas medidas de transferência de renda do governo, que impulsionaram mais uma vez as linhas atreladas ao consumo. Nosso levantamento também capturou algum efeito positivo do aumento da margem que pode ser utilizada pelos tomadores de empréstimo consignado, os aposentados e pensionistas, no saldo total das operações”, acrescenta Sardenberg.
De acordo com o levantamento, a carteira Pessoa Física direcionada deve crescer 1,2%, impulsionada pelas contratações de crédito imobiliário e rural. Assim, a carteira Pessoa Física deve registrar alta de 1,7% no mês, com o ritmo de expansão anual chegando a 21,9%, o maior desde junho de 2011(+22,2%).
A carteira Pessoa Jurídica, por sua vez, deve ficar estável (0%) em maio, com desempenho desigual entre os dois segmentos. O saldo das operações livres deve crescer 0,4%, beneficiado pela recuperação da economia e do consumo das famílias, enquanto as operações direcionadas devem seguir recuando (-1,0%).