China líder mundial é só uma questão de tempo

Os chineses alcançarão neste ano a meta de 1.200 GW de energias renováveis prevista para 2030.

Legenda: Trens de alta velocidade circulam pelas extensas ferrovias chinesas
Foto: Divulgação

Parece coisa de extraterrestres, mas não é. Passa-se na China, o gigante asiático que surpreende o mundo a cada dia. Ontem, o The Guardian, maior jornal do Reino Unido, revelou que, no fim deste ano de 2024, a China alcançará uma meta que estava prevista para 2030: seus projetos de geração de energia solar fotovoltaica ou eólica onshore e offshore, já implantados e em implantação, chegarão ao incrível patamar de 1.200 GW. 

Daqui a seis anos, toda a anergia consumida pelos chineses, que hoje é ainda majoritariamente oriunda de matriz fóssil, sê-lo-á renovável, limpa. A natureza, com certeza, celebrará essa conquista que consolidará a China como o primeiro e principal país a livrar-se dos males causados pelo petróleo e seus derivados. É a promessa chinesa.

Este é o caminho que trilham hoje e trilharão amanhã todos os países, inclusive os da África. Este planeta, já internado na UTI da irresponsabilidade humana, respira por aparelhos, esperando que os líderes políticos do mundo criem juízo e façam como estão fazendo os chineses, acelerando seus investimentos em projetos sustentáveis. 

A China liderada pelo seu presidente Xi Jiping, segue em marcha batida para tornar-se, até 2030, a maior potência econômica da Terra – ela ainda é a segunda, um pouco abaixo dos Estados Unidos, que também se mantêm líderes mundiais em tecnologia.

Quem, por dever de ofício, tem de ler, diariamente, os jornais de Pequim, todos eles controlados com mão de ferro pelo estado chinês – uma ditadura de partido único, o Partido Comunista, mas com economia exótica que permite a presença de grandes multinacionais que lá produzem e exportam sua produção a custo baixíssimo – chega logo à conclusão de que, pelo andar da carruagem, a China dominará este planeta, sua estratosfera, seu satélite, a Lua, a cujo lado oculto chegou há três meses e de lá trouxe amostras do solo transportadas por uma espaçonave sem tripulante e monitorada totalmente por controle remoto, e o que mais puder ser dominado.

É preciso lembrar, outra vez, que, para o milenar povo chinês, tudo o que existe sob o sol, em qualquer longitude ou latitude, pertence à China. É o que dizem e repetem os chineses. E tudo está a indicar que eles têm razão. 

Mais rapidamente do que se imagina, a China de Xi Jiping avança sobre os continentes. Na África, os chineses constroem ferrovias, rodovias, pontes, torres de telecomunicações, portos, aeroportos, tudo previsto no seu plano de implantar a nova Rota da Seda que um dia existiu sob o domínio da China. 

Na América Latina, o inesgotável capital chinês está presente em vários países, inclusive no Brasil, onde, por meio de suas próprias empresas (eles são donos da CPFL – Companhia Paulista de Força e Luz que distribui energia elétrica em São Paulo), ou de joint ventures, está inserida também na indústria, na infraestrutura e no comércio (olha a Shopee aí, gente!) 

A China é hoje o maior fabricante mundial de automóveis. Em 2022, reparem, 22% dos veículos de passageiros produzidos e vendidos na China eram elétricos. Em abril deste ano, 50,4% de todos os veículos fabricados e comercializados na China foram carros elétricos ou híbridos, 32% a mais do que em abril de 2023. Detalhe: há meros 30 anos, a indústria automobilística chinesa nem existia. 

Hoje, não só a indústria automobilística da China cresce. Também cresce, na mesma velocidade, a sua indústria aeronáutica (ela já fabrica aviões de passageiros de um corredor que concorrerão com os da Embraer) e a naval (estão saindo dos seus estaleiros modernos barcos de guerra, inclusive porta-aviões). Nem é preciso dizer que a China é, também, uma potência atômica.

Diante do que está dito acima, não surpreende a notícia, que abriu esta coluna, sobre a próxima autossuficiência chinesa na área das energias renováveis. Assim, acredite em tudo o que tiver procedência da China. O que parece impossível de ser feito é, para os chineses, apenas uma questão de tempo.

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