Casa dos Ventos posiciona-se sobre seu Data Center no Pecém

Em nota didática, a empresa diz que escolheu o Ceará porque o Nordeste possui grande excedente de energia renovável

Escrito por
Egídio Serpa egidio.serpa@svm.com.br
(Atualizado às 10:07)
Legenda: O projeto do Data Center da Casa dos Ventos, na ZPE do Pecém, está aguardando licenciamento ambiental
Foto: José Leomar / SVM

Para esclarecer dúvidas porventura existentes entre setores ideologicamente contrários ao desenvolvimento econômico sustentável do Ceará e mais diretamente ao projeto de construção do Data Center que o grupo Casa dos Ventos pretende instalar na ZPE do Pecém, a empresa acaba de divulgar, em forma de perguntas e respostas e de forma didática, seu posicionamento sobre o tema. A Casa dos Ventos é a maior empresa desenvolvedora de projetos de geração de energia eólica e solar do país.

A nota começa explicando o que são Data Center e depois diz que o seu projeto se encontra, atualmente, em fase de licenciamento junto ao órgão ambiental competente.

A seguir, o posicionamento da Casa dos Ventos a respeito do seu projeto:

“O que são Data Centers e por que são importantes? 

“Data Centers são estruturas que abrigam servidores e supercomputadores responsáveis por processar, armazenar e distribuir dados 24 horas por dia. Eles são essenciais para o funcionamento da internet e de serviços digitais que usamos diariamente, bem como para o funcionamento de serviços essenciais utilizados por empresas de todos os tamanhos em suas operações diárias.

Existem Data Centers de diversos tamanhos. Em Fortaleza, por exemplo, já existem vários Data Centers em operação, em particular concentrados junto à Praia do Futuro, de diversos tamanhos, e que são utilizados para conectar os serviços e comunicações digitais do Brasil com o resto do mundo, por meio dos cabos submarinos de fibra ótica que chegam à costa do país justamente em Fortaleza, devido à sua privilegiada localização geográfica. Vários desses Data Centers operam já há vários anos, sem nenhum tipo de impacto relevante para a cidade e sua vizinhança.

“Por que precisamos de Data Centers?

“Toda vez que você envia uma mensagem, faz uma compra online ou assiste a um vídeo, os dados passam por um Data Center. Eles são a espinha dorsal da comunicação digital, do comércio eletrônico, dos bancos digitais, dos serviços de streaming e de inúmeras outras soluções tecnológicas que fazem parte do nosso dia a dia.

“Por que no Ceará? Por que em Caucaia?

“O Ceará destaca-se por sua matriz energética renovável, o que o torna um local estratégico para projetos sustentáveis. Ao contrário do que muita gente pensa, o Nordeste possui um grande excedente energético, fazendo com que seja natural a atração de empreendimentos para o consumo de energia renovável, sem nenhum prejuízo ao fornecimento de energia para a população local. Além disso, Caucaia, em especial, possui uma Zona Industrial, já adequada à instalação de grandes projetos, e está próxima à chegada de cabos submarinos que conectam o Brasil ao restante do mundo, tornando a região atrativa para empresas globais de tecnologia como Google, Microsoft, Amazon, Apple, Meta e TikTok, que podem ajudar, inclusive, a desenvolver a região, criando oportunidades de emprego, ensino, pesquisa & desenvolvimento econômico para todos.

“E quanto ao impacto ambiental e social?

Toda obra de infraestrutura precisa ser analisada quanto a seus impactos, e é justamente por isso que existe a legislação ambiental brasileira, que exige estudos rigorosos e medidas de mitigação. O projeto em Caucaia está sendo desenvolvido com responsabilidade e inovação, e o Data Center proposto apresenta um impacto mínimo dadas as suas características:

“Energia: O consumo energético será suprido por fontes novas 100% renováveis, geradas exclusivamente para o empreendimento, sem afetar o fornecimento à população; serão construídos novos parques eólicos e solares. Vale lembrar que o Nordeste possui excedente energético e vento e sol em abundância!

“Água: O Data Center contará com recirculação contínua da água utilizada para refrigeração dos equipamentos em circuito fechado, sem descarte (e sem qualquer consumo dos aquíferos da região). O consumo relativo ao sistema de resfriamento é de 3 m³/dia (3 mil litros), que é equivalente ao consumo de 5 casas, enquanto o consumo total do empreendimento é de cerca de 20 m³/dia (cerca de 200 ml por segundo), sendo que metade desse volume é para consumo humano, e o restante para utilização predial, como em qualquer empresa comercial de baixo consumo. No total, o empreendimento consumirá o equivalente a cerca de 70 residências.

“Empregos: A implantação do Data Center deve gerar cerca de 20.000 empregos diretos e indiretos, entre a sua construção e operação, impulsionando a economia local e descentralizando o desenvolvimento tecnológico, hoje concentrado no Sudeste do Brasil (hoje a maior parte dos Data Centers do Brasil localiza-se no eixo São Paulo – Campinas, no estado de SP). As contrapartidas apresentadas para o desenvolvimento do projeto incluem ainda o desenvolvimento de novas empresas na região e treinamento de mão de obra local, apresentando oportunidades para toda a comunidade.

“E quanto ao impacto econômico para o Ceará, o Nordeste e o Brasil?

“O Data Center da Casa dos Ventos será transformador para o- Ceará, tornando-o o maior exportador de serviços do Brasil e criando-lhe a perspectiva de ser um hub de proporções mundiais; para o ⁠Nordeste, pela construção de novos grandes parques eólicos e solares em regiões pobres de cinco estados, trazendo emprego e renda para milhares de pessoas; e para o ⁠Brasil, incluindo-o no mapa mundi da Inteligência Artificial ⁠e equilibrando sua Balança Comercial de Serviços de Processamento.⁠

“Transparência

“O projeto já possui licença prévia, disponível no site da Semace, sob o processo nº 57022021344202405. Todos os documentos podem ser acessados mediante solicitação formal ao órgão ambiental, inclusive as informações sobre o consumo de água e energia, comprovando assim o baixíssimo impacto produzido pelo empreendimento. Cabe lembrar ainda que os desenvolvedores do projeto se comprometeram com a aderência aos padrões de sustentabilidade do IFC, que são inclusive mais estritos do que muitos aspectos da legislação local vigente.”

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