Cajucultura já deu! Hoje, é jogar dinheiro fora

Um agroindustrial do que beneficia e exporta castanha de caju está dedicado a negócios com produtores e exportadores asiáticos, que lhe garantem matéria-prima com a qual atende seus clientes dos EUA e Europa

Legenda: A cajucultura nordestina -- a do Ceará no meio -- que está ruim, vai piorar por causas naturais, como a já anunciada seca de 2024
Foto: Shutterstock

“Já foi. Não é mais”. Com estas cinco palavras, um grande empresário da agroindústria do caju resumiu a situação em que se encontra a cajucultura cearense, o que pode ser estendido para a do Nordeste como um todo. 

Ainda envolvido com a indústria de beneficiamento da castanha de caju, que segue exportando para a Europa e os EUA, e ainda cultivando e colhendo a amêndoa em áreas próprias e de terceiros, a fonte desta informação e dos comentários a seguir não esconde o que faz, primordialmente, agora: “Mantenho-me no ramo, mas com ligações crescentes com cajucultores da África e da Ásia”, diz ele, lamentando que o governo brasileiro, o do Ceará no meio, tenha, por omissão, permitido que a atividade chegasse ao que chama de “miséria franciscana”. 

O presente da cajucultura do Ceará, que é ruim, ficará pior no curto prazo por causas naturais, e o El Niño é uma delas: os institutos que monitoram o clima no mundo já atestaram que 2024 será um ano de seca na região nordestina. Embora xerófila, a árvore do cajueiro – incluindo a variedade anã precoce – precisa de água para produzir seus frutos. E a água é um bem que tem escasseado no semiárido do Nordeste.

O empresário coça a cabeça e revela que, hoje, seu trabalho está concentrado numa agenda de diários contatos com importadores europeus e norte-americanos e produtores e exportadores vietnamitas e indianos – que são os líderes da produção mundial de castanha de caju. Ele entristece quando a coluna pergunta qual é o futuro da cajucultura do Ceará. E parece ter uma resposta pronta:

“Ela caminha para o fim. Deveríamos ter, lá atrás, investido na troca dos cajueiros antigos, de copa larga, pela nova variedade anã precoce, de cuja tecnologia, desenvolvida pela Embrapa, apropriaram-se os asiáticos, hoje campeões mundiais da cajucultura. 

Alguns poucos produtores cearenses e nordestinos trocaram sua floresta de cajueiros, mas a maioria, esperando pelo governo, não o fez. O resultado é o que se vê hoje: a produção e a produtividade da cajucultura nordestina, máxime no Ceará, estão na UTI, entubadas e respirando por aparelhos”.

Tudo o que contou à coluna esse empresário cearense da agroindústria do caju ratifica o que, há 10 anos, Carlos Prado, fundador da Itaueira Agropecuária e hoje primeiro vice-presidente da Fiec, previu a respeito da cultura do caju no Ceará. Depois de tentar por alguns anos investir nessa atividade, Prado desistiu dela com um argumento simples:

“Por algum tempo, deu. Agora não dá mais. É jogar trabalho e dinheiro fora!” 

Carlos Prado estava certo – como diz a fonte destas informações e comentários. 

MARQUISE COM DUAS EMPRESAS NO GREAT PLACE TO WORK 2023

Anualmente, o Great Place to Work (GPTW) divulga mais de 40 rankings mostrando as Melhores Empresas Para Trabalhar nas esferas nacional, regional, setorial e temático. 

Neste ano, incluídas na categoria regional de Empresas de Médio Porte, estão as empresas Ceará Cidadão e Hotel Gran Marquise, ambas do Grupo Marquise.

O levantamento feito pelo GPTW avalia vários critérios, dentre os quais o clima organizacional, mostrando a percepção que os colaboradores têm da empresa, como gestão de pessoas, diversidade e inclusão e gestão de performance. 

“Estamos muito felizes com o resultado. O Ceará Cidadão tem como propósito tratar de forma humanizada não apenas os usuários do serviço, mas também seus colaboradores, que nos ajudam a construir essa história”, comenta Glayciane Lima, superintendente do Ceará Cidadão.

Já para Philippe Godefroit, gerente geral do Hotel Gran Marquise, esse reconhecimento é resultado de uma empresa que tem no seu DNA servir pessoas e valorizar seus colaboradores. 

“Esse prêmio trata sobre orgulho e prazer. É profundamente valoroso para nós sabermos que existem esses sentimentos no cotidiano do trabalho", disse Philippe Godefroit, ao lembrar que o Hotel está na lista pela nona vez.

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