Cactus Energia Verde promete H2V em 2025 no Pecém

Empresa cearense avança com projetos de geração de energia solar fotovoltaica e eólica offshore e de produção de H2V. Investimentos de R$ 25 bilhões. E mais: Industriais de Rondônia no Senai-Ceará

Legenda: O projeto da Cactus Energia Verde prevê a geração de energia eólica dentro do mar de Camocim
Foto: Eólica offshore

Esta coluna perguntou ontem ao engenheiro José Carlos Braga, sócio e consultor da Cactus Energia Verde – empresa cearense que se prepara para executar projetos de geração de energia solar fotovoltaica nos sertões do Ceará e eólica offshore no Litoral de Camocim e, ainda, de produção de Hidrogênio Verde em área da ZPE administrada pela Companhia de Desenvolvimento do Complexo Industrial e Portuário do Pecém, a CIPP: Em que etapa estão esses empreendimentos? 

A resposta dele foi a seguinte: “Estão em plena evolução”. 

Veja também

Braga deu detalhes: 

“O Projeto Uruquê (que gerará energia solar em Umari e Jaguaretama) está concluído e em fase de negociação com players internacionais; o Cactus encontra-se em fase de conclusão dos projetos conceituais do MoU (Memorando de Entendimento) com a CIPP, visando a disponibilização do espaço (terreno) à Planta Eletroquímica e à obtenção da Licença Prévia brevemente, além de já estar sendo apresentado por agente internacional, devidamente credenciado pela empresa, para América e Europa. 

“Nesta semana, de 9 a 11, o projeto está sendo apresentado em Roterdã (Holanda), na conferência World Hydrogen Summit 2022; e o Camocim Offshore está com projeto conceitual concluído, inclusive com sua área já determinada, e em busca da Licença Prévia e regulamentação de todos os procedimentos pendentes, cuja responsabilidade cabe ao poder público.” 

José Carlos Braga expõe os investimentos a serem feitos nos três empreendimentos: 

“No Cactus, serão investidos 2 bilhões de euros (R$ 10,84 bilhões no câmbio de ontem); no Uruquê, 1,3 bilhão de euros (R$ 7,46 bilhões); e no Camocim Offshore, outros 2 bilhões de euros (R$ 10,84 bilhões)”. 

Não surpreendem esses números, porque os investimentos na produção de H2V no Ceará, com base nos Memorandos de Entendimento até agora celebrados pelo Governo do Estado com grandes empresas estrangeiras, somam mais de 100 bilhões de euros.

O engenheiro José Carlos Braga explica, pormenorizadamente, cada um dos empreendimentos:

“O Projeto Cactus consiste na produção de amônia pelo processo haber-bosch a partir de hidrogênio produzido através da eletrólise da água por meio de fontes renováveis solar fotovoltaica e eólica offshore. A produção da planta será de 200 mil toneladas anuais de hidrogênio associadas a 415 mil toneladas anuais de amônia. 
“A planta de produção de hidrogênio e amônia será instalada na Zona de Processamento de Exportação - ZPE, no Complexo Industrial e Portuário do Pecém - CIPP, no Ceará. Ocupará uma área de 150 hectares, distribuída em dessalinização de água do mar, eletrólise, haber-bosch, estocagem e logística de despacho via porto e via terrestre. O suprimento de energia elétrica será realizado através da rede de transmissão do Sistema Elétrico Interligado Nacional pela subestação Pecém 2. 

“A energia será proveniente da planta solar fotovoltaica Uruquê, de 2.500 MW, e da Planta Eólica Offshore Camocim, de 1.200 MW, oferecendo uma potência total média firme de 1.445 MW. A água necessária para a eletrólise terá outorga de 0,3 m3/s.

“O início de produção de hidrogênio e amônia está previsto para 2025, embora a Planta Solar Fotovoltaica Uruquê já possa comercializar energia elétrica a partir de 2023.”

Agora, resta dar tempo ao tempo para ver se tudo isso será mesmo realidade no tempo (muito otimista) indicado. 

INDUSTRIAIS DE RONDÔNIA NO SENAI-CEARÁ E NO PECÉM

Comitiva da Federação das Indústrias do Estado de Rondônia (Fiero), liderada pelo seu presidente Marcelo Thomé, visitou ontem o conjunto de equipamentos do Senai-Ceará em Maracanaú, na Região Metropolitana de Fortaleza, entre os quais o Instituto Senai de Tecnologia (IST) e a Unidade de Educação do Senai.

Recebidos e guiados pelo diretor-geral do Senai e superintendente do Sesi no Ceará, engenheiro Paulo André Holanda, os industriais rondonienses conheceram algumas das muitas soluções já implementadas pelo Senai-Ceará em diversas empresas.

Os visitantes, acompanhados pelo presidente da Fiec, Ricardo Cavalcante, conheceram dois importantes setores da unidade do Senai em Maracanaú: o Habitat de Inovação, que reúne seis empresas e algumas startups e que tem foco na criação de soluções e no desenvolvimento de novos negócios, e o Centro de Inovação Sesi, que oferece serviços de consultoria na área de Segurança do Trabalho para as indústrias cearenses.

O presidente da Fiero, Marcelo Thomé, aproveitou para fazer um balanço positivo da visita, encerrada ontem. Ele disse:

“Quero dar os parabéns ao presidente da Fiec, Ricardo Cavalcante, e toda a sua equipe e ao Paulo André Holanda pela orientação desta unidade para atender efetivamente às demandas da indústria. Isso demonstra o quanto de valor o Senai pode entregar ao setor industrial. Vi diversos projetos e com entregas efetivas, reduzindo custo de produção e aumentando a produtividade. Um trabalho exitoso.”

Após o tour pelas instalações do Senai em Maracanaú, a comitiva da Fiero foi levada pelo presidente da Fiec para um sobrevoo na região do Complexo Industrial e Portuário do Pecém.