E ontem, a Bolsa de Valores brasileira B3 fechou em alta pelo segundo dia consecutivo. E foi uma alta expressiva, de 2,03%, aos 106.8064 pontos. Na segunda-feira, a Bolsa havia subido 1,94%.
O dólar, por sua vez, caiu 1,93%, fechando cotado a R$ 5,20.
Na opinião de analistas do mercado, o que aconteceu na segunda e na terça-feiras desta semana foi a precificação do cenário político.
O Congresso deixou de lado a mudança na Lei das Estatais, está aprovando a PEC da Transição ou dos Gastos, o futuro governo do eleito presidente Lula está mostrando capacidade de negociação com deputados e senadores e, mais do que isso, está conseguindo formar maioria no Parlamento, e tudo isto colabora para esta fase de bons pregões na Bolsa de Valores.
Ontem, por 331 votos a favor e 168 contrários, a Câmara dos Deputados aprovou, em primeiro turno, a PEC da Transição, também chamada de PEC dos Gastos.
Hoje, às 10 horas, haverá a votação em segundo turno. Os deputados fizeram modificação no texto da proposta, que terá de ser novamente apreciada pelo Senado, o que deverá acontecer até amanhã.
Pelo que foi aprovado ontem, o governo Lula terá R$ 145 bilhões para gastar fora da Lei do teto de gastos. Mas essa autorização só valerá por um ano, ou seja, só terá validade durante o exercício de 2023.
Além dos R$ 145 bilhões, o governo também poderá gastar mais R$ 23 bilhões em investimentos fora do teto, desde que haja receita extraordinária.
A Câmara dos Deputados também aprovou uma emenda que dá ao Tesouro Nacional o direito de considerar receita primária o dinheiro esquecido pelos trabalhadores nas contas do PIS/Pasep. Esse dinheiro soma hoje R$ 24 bilhões, segundo cálculos da Caixa Econômica, que administra os fundos.
O mercado financeiro espera que, depois de aprovada a PEC da Transição, o presidente eleito divulgue o restante dos nomes que integrarão o seu ministério, que deverá ter cerca de 35 pastas.
E ontem, também, a Câmara dos Deputados aprovou a Proposta de Emenda Constitucional que garante recursos para o piso salarial dos enfermeiros.
Essa PEC é de autoria do deputado cearense Mauro Benevides Filho, que não só a elaborou, como também definiu a fonte dos seus recursos, que virão dos fundos públicos federais, como o Fundo da Marinha Mercante e o Fundo de Telecomunicações, o FUST.
Esses recursos somam R$ 7 bilhões, suficientes para bancar o novo piso salarial dos enfermeiros, tanto na área estadual quanto na área municipal.