Banco Central animado com a inflação e os juros. A Bolsa sobe

Roberto Campos Neto diz em entrevista que a autoridade monetária também quer, como o governo e o empresariado, reduzir a taxa Selic. Metas de inflação são mantidas

Em entrevista coletiva que concedeu ontem pela manhã em Brasília, o presidente do Banco Central, Roberto Campos, fez declarações importantes que repercutiram positivamente no pregão da Bolsa de Valores B3, que fechou com alta expressiva de 1,48%, aos 118.409 pontos, enquanto o dólar subiu 0,27%, encerrando o dia cotado a R$ 4,86.

Roberto Campos disse que o Banco Central, da mesma maneira que o governo e o setor produtivo, também deseja reduzir a taxa básica de juros Selic, mas tem de fazer isso sem desestruturar o processo econômico no futuro.

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A afirmou que ele e seus colegas de diretoria do Banco Central entendem a pressão pela queda da taxa Selic, mas considerou que o debate sobre juros é igual em todo o mundo.

O presidente do Banco Central disse mais o seguinte: 

“A gente tem que pensar que o Banco Central existe para fazer um trabalho técnico. Tem que manter um debate dentro do campo técnico e temos que explicar o que está fazendo. A gente também quer cair os juros, quer ter condição de gerar maior crescimento futuro, mas não podemos fazer coisas que desestruturem processo econômico no futuro.”

RibertoCampos Neto também declarou na entrevista que a diretoria do Banco Central está otimista em relação à inflação e às expectativas de inflação. Ele disse: 

“As expectativas estão caminhando em um caminho positivo. Estamos otimistas. Já venho falando há uns meses que a inflação tem ido para baixo e o crescimento para cima”.
 
Segundo Roberto Campos Neto, há um processo de convergência da inflação para a meta estabelecida, que é de 3% para este ano e, também, para 2024 e 2025, isto está animando os diretores do Banco Central. 

(A propósito, essas metas foram mantidas ontem pelo Conselho Monetário Nacional).

Vale lembrar que, antes dessa entrevista de Roberto Campos Neto, o Banco Central apresentou seu Relatório Trimestral de Inflação. 

Esse relatório, que março previra uma inflação de 5,8% para este ano, reduziu a previsão para 5%. 

Além disso, a projeção para o PIB de 2023, que em março era de 1,2% em março, saltou agora para 2%.