Mercado já aposta em alta de 0,5% da Selic, em maio

Após a política de tarifas recíprocas de Donald Trump, economistas consideram que o ciclo contracionista da política monetária do BC prosseguirá

Escrito por
Egídio Serpa egidio.serpa@svm.com.br
(Atualizado às 10:59)
Legenda: Operadores do mercado já admitem aumento menor da taxa de juros Selic, mantendo-se a política monetária contracionista
Foto: Shutterstock
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Elaborado pelo Departamento de Relacionamento com Investidores do Banco Central, o Boletim Focus, divulgado todas as segundas-feiras, traz o resultado de uma pesquisa com economistas de 120 instituições financeiras sobre os principais indicadores econômicos, utilizando a mediana dessas estimativas.

No caso da Selic, essa metodologia baseada na mediana dificulta determinar a probabilidade exata atribuída pelo mercado para cada previsão, conforme observado por Felipe Uchida, head do departamento de análises quantitativas e sócio da Equus Capital.

Paralelamente, a Equus Capital elabora semanalmente o Índice Equus de Precificação da Selic (IEPS), utilizando Inteligência Artificial para coletar e analisar dados, permitindo estimar a probabilidade indicada pelo mercado de alteração na próxima reunião do Copom. Atualmente, o IEPS indica uma probabilidade de 62,8% de aumento de 50 pontos-base (0,50%), frente aos 65,9% da semana anterior e aos 56,0% precificado pelo mercado no dia anterior à última reunião do Copom, como aponta Felipe Uchida.

“Nesta semana, o IEPS indica 62,8% e probabilidade de alta de 50 pontos-base na taxa Selic, refletindo a continuidade do ciclo contracionista em meio à pressão inflacionária. No mercado local, as taxas de juros recuaram com a queda dos Treasuries e das commodities, após retaliações da China às tarifas americanas aumentarem os temores de desaceleração global”, explica ele.

A Selic é a taxa básica de juros da economia brasileira. O nome "Selic" é a abreviação de Sistema Especial de Liquidação e de Custódia, que é o sistema utilizado pelo Banco Central para registrar as operações de compra e venda de títulos públicos federais entre os participantes do mercado financeiro.

Essa taxa é definida pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil e serve como referência para diversas operações financeiras no país. A Selic influencia diretamente o custo do crédito, os investimentos financeiros, a inflação e o controle da oferta de moeda na economia.

Basicamente, quando o Copom aumenta a taxa Selic, o objetivo é conter a inflação, reduzindo o consumo e os investimentos. Por outro lado, quando reduz a Selic, busca estimular a atividade econômica, aumentando o consumo e os investimentos.

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