Terminou ontem a visita ao Ceará de uma comitiva de nove técnicos africanos do Benin, que durante duas semanas conheceram a cadeia produtiva do caju cearense, incluindo sua indústria de beneficiamento.
Coordenada pelo consultor internacional Altair Maia, a visita também envolveu reuniões com técnicos de organismos do governo do estado.
O foco central do grupo foi a cadeia produtiva do caju, desde a seleção de mudas até o processamento da castanha e da polpa.
Os africanos estiveram na Federação da Agricultura (Faec), no Senai e no Sebrae e visitaram a Embrapa Agroindústria Tropical, a Usibras e a EBBA, que detêm expertise no plantio, no processamento da castanha e na produção de sucos, respectivamente.
O Benin, que, havia 30 anos, não produzia caju, desenvolveu intensa pesquisa e hoje está produzindo quase o dobro do que o Brasil produz.
Uma parceria com a Embrapa está no radar dos africanos e poderá ser altamente benéfica para a troca de experiencia no cultivo e no incremento na produção de caju no Beni.
É no processamento da castanha e na produção de sucos que está o grande gargalo dos cajucultores do Benin. Apenas pouco mais de 10% de sua produção de caju e de amêndoa são processados no país. Os 90% restantes são exportados “in natura”, principalmente para os países da Asia.
A comitiva do Benin formalizou convite às empresas da cajucultura cearenses para que visitem o seu país, “com um olho na matéria prima e outro na Zona Franca do Porto de Cotonou”, como disse à coluna o consultor Altair Maia.
A Zona Franca de Cotonou permite que empresas lá instaladas recebam a matéria prima e a beneficiem livre dos impostos locais. A partir de então poderão exportar para qualquer parte do mundo, com tratamento tributário e burocrático diferenciado.
Os africanos encerraram sua estada no Ceará com uma visita ao Complexo do Pecém, detendo-se no seu porto, onde se deixaram fotografar ao lado de diretores do terminal marítimo cearense.