Há 20 anos, brilhava sozinha no Ceará a estrela da indústria. A agricultura era de subsistência e a pecuária dava os primeiros passos para tornar-se a potência que é hoje.
Nos últimos quatro lustros, a indústria seguiu brilhando (vejam a que ponto chegaram os grupos Edson Queiroz, M. Dias Branco, J. Macedo, Aço Cearense, BSpar Incorporadora, Construtora Mota Machado, Construtora Colmeia, Construtora C. Rolim e Cemag, por exemplo), mas a agroindústria prosperou de forma extraordinária, e seu “case” mais visível é o do Grupo Betânia, que, no ano passado, se uniu ao grupo mineiro Embaré para constituir a Alvoar, quarta maior empresa nacional do setor industrial de lacticínios. Isto não é pouca coisa.
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Mas foi a agropecuária que, nos últimos 20 anos, mais mostrou evolução nos seus diferentes segmentos.
A pecuária leiteira conseguiu o milagre de quase dobrar sua produção nos anos de seca, o que foi possível pelo uso da tecnologia da irrigação, do correto trato do solo e da boa silagem de volumosos para a alimentação dos rebanhos e da transmissão do conhecimento para os pequenos criadores e produtores de leite.
Na fruticultura, a iniciativa privada investiu em terras, gente e tecnologia, o que fez do Ceará um polo produtor nacional de frutas – e na mesma trilha segue em ritmo de frevo a horticultura protegida na Chapada da Ibiapaba, onde se produzem os melhores tomates e pimentões coloridos do país e, ainda frutas exóticas, como o mirtilo (podem chamar-me, também, de blueberry).
Na carcinicultura nem é preciso falar, pois está no Ceará o maior produtor de camarão do Brasil.
Pois bem: o rápido crescimento do setor primário da economia cearense alegrou a liderança da indústria – o presidente da Federação das Indústrias do Ceará (Fiec), Ricardo Cavalcante, tem, pessoalmente, participado de eventos da Federação da Agricultura e Pecuária (Faec), com cujo presidente Amílcar Silveira mantém excelentes relações pessoais e institucionais, o que, para a sociedade e seu governo, revela um empresariado bem unido em torno do seus comum objetivo – o crescimento da economia cearense.
Há hoje no Ceará, eleito pelo voto livre do povo, um novo governo com claras e declaradas ligações com os movimentos sociais de ideologia esquerdista, para não dizer socialistas.
Porém, há seis meses e alguns dias, o governo liderado pelo advogado e ex-deputado Elmano de Freitas tem surpreendido positivamente as lideranças da agropecuária estadual com medidas e providências que convergem para os interesses do setor.
Assim, o que parecia ser um mergulho no escuro apresenta-se, até agora, como um raio de boa esperança para quem, no campo, produz e trabalha empresarialmente.
O próprio presidente da Faec tem destacado, em seus pronunciamentos, o trabalho de Elmano de Freitas como sendo “a favor da agropecuária e do produtor rural”.
Os tempos são outros. A democracia brasileira tem evoluído e os líderes políticos nacionais e estaduais parecem entender que a melhor opção econômica é a da livre iniciativa – na qual todos podem empreender, tirando proveito de seus talentos e vocações.
O Ceará era, até há pouco tempo, um estado pobre. Mas o cearense – e só ele poderia fazê-lo – descobriu que o Ceará é rico em tudo, a partir do sol e do vento, matérias primas com que a natureza o prodigalizou e que, agora, farão deste estado um protagonista das renováveis e verdes energias.
Chegou o momento de todos – industriais, agropecuaristas, comerciantes, autoridades e técnicos do governo – darem-se as mãos para a construção de um futuro que chegou e que pede pressa e competência dos quem têm a tarefa de conduzir o projeto comum de fazer do Ceará um modelo de gestão pública e um polo de desenvolvimento em todos os setores de sua economia, incluindo o da tecnologia de produção do Hidrogênio Verde, a energia do Século XXI.
Não podem os líderes políticos e empresariais do Ceará perder tempo e dispersarem recursos em somenos – isto a nada conduzirá.
Todo o esforço deve ser despendido no único e exclusivo objetivo de fazer deste estado um centro mundial de produção de energia.