O que faz do Ceará um lugar bom pra contemplar as estrelas?

A localização a apenas 3,7° da linha do equador permite uma visualização de quase todos os objetos astronômicos dos dois hemisférios.

Legenda: Via Lactea sobre o céu de Imburanas, no Ceará
Foto: George Yure de Andrade Castro/Clube de Astronomia de Fortaleza (CASF).

O clima semi-árido dificulta a formação de nuvens principalmente neste período de junho a dezembro. Tenho observado o céu quase todas as noites e o céu tem variado de parcialmente nublado a limpo em dias alternados. 

As praias garantem espetáculos ao pôr do Sol como em Fortaleza e em Canoa Quebrada. Ao anoitecer, em Fortaleza, mesmo com poluição luminosa, este mês, é possível observar planetas como Saturno por volta das 18h e Júpiter por volta das 20h.

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Legenda: Planeta Júpiter registrado do Observatório Astronômico Ferruccio Ginelli na Seara da Ciência/UFC.
Foto: Ednardo Rodrigues

As poucas estrelas que vemos da cidade é bom para iniciantes aprenderem a identificar constelações, por exemplo, o Escorpião tem um formato de anzol, Sagitário se parece com uma chaleira. Também é possível identificar a constelação de Lira, Águia e Cisne. 

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Apesar da capital ser didaticamente introdutória, o litoral não é promissor para observação com equipamentos. O vento balança o telescópio deixando a imagem tremida. Há ainda, outro problema e não me refiro a maresia. Em 2015 fiz uma expedição para a praia de Amontada. Levamos um telescópio newtoniano Skywacher 150 mm de abertura. Hoje em dia, 7 anos depois ainda encontramos areia daquela praia quando limpamos o telescópio. 

Os melhores lugares são regiões interioranas como Imburanas, Paramoti e Quixadá. Nessas regiões temos níveis de poluição luminosa tão baixos quanto no deserto do Atacama. A diferença é que temos mais noites nubladas, porém ainda com grandes chances de presenciarmos um céu noturno espetacular.



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