A sonda que voltou do espaço após 7 anos

Ao retornar para casa no último dia 24, a cápsula se aproximou a 43000 km/h, uma velocidade 35 vezes maior do que a do som

Legenda: Cápsula da OSIRES-REx reentrando na atmosfera terrestre. Concepção gráfica
Foto: Nasa / Reprodução

Lançado no dia 8 de setembro de 2016, a sonda espacial OSIRIS-REx passou sete anos fora da Terra. Osíris era um nome mitológico de um Deus egípcio. Era o Deus da fertilidade mas passou a ser responsável pela vida após a morte. O nome também foi usado em uma nave do filme Matrix.

A nave de verdade construída pela Lockheed Martin, mesma empresa que produziu os caças mais avançados do mundo, F22 e F35, viajou até o Asteroide Benu, outro ser da mitologia egípcia na forma de águia e que representava a alma de Rá. Ela percorreu 300 milhões de quilômetros chegando ao asteroide em 2018 orbitando-o por dois anos e em 2020 deu uma bicada no Benu numa manobra chamada TAG (Touch-and-Go) coletando amostra em torno de 250 gramas do asteroide. As amostras estavam intactas a 4,5 bilhões de anos e guardam segredos da origem do nosso sistema solar.

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Ao retornar para casa no último dia 24, a cápsula se aproximou a 43000 km/h, uma velocidade 35 vezes maior do que a do som. Na reentrada, a pressão atmosférica a aqueceu a 5 mil graus Célsius, deixando-a com o aspecto de um meteoro. Após abrir o paraquedas, pousou no deserto de Utah, no nordeste dos EUA. As amostras serão enviadas a cientistas do mundo todo. Pra você ver como a ciência é compartilhada e transparente.

A missão operada pela NASA custou ao todo 1,16 bilhões americanos sendo $ 588,5 milhões para sua construção pela Lockheed Martin. O gasto com a construção não foi nem o dobro de um caça F22 fabricado pela mesma empresa, custando $ 330 milhões cada unidade.

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O lançamento custou $ 183,3 milhões realizado pelo experiente foguete Atlas V em parceria com a Boeing. Parece muito, mas não é. O asteroide Benu tem cerca de 510 m de diâmetro, ou seja, maior do que o Empire State e a Torre Eiffel.

Comparação entre o asteroide Benu, o Empire State e a Torre Eiffel
Legenda: Comparação entre o asteroide Benu, o Empire State e a Torre Eiffel
Foto: Nasa / Reprodução

Este asteroide é um PHO, sigla em inglês para objeto potencialmente perigoso (Potentially Hazardous Object) previsto para se aproximar da Terra em 2125 e nos atingir em 2182. E o Benu não é dos maiores. O impacto de um objeto deste pode destruir uma país do tamanho do Brasil. E um cometa a partir de 2 km pode causar uma extinção global. Acho que você entendeu onde eu quero chegar. É importante estudarmos esses objetos para descobrirmos a melhor forma de nos protegermos contra eles. É uma questão de segurança global.

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