105 anos da comprovação da Teoria da Relatividade Geral

Essa comprovação se consolidou no Céu do Ceará na cidade de Sobral, no Ceará

Legenda: Nesta quarta-feira (29), há 105 anos, em Sobral, foi comprovada a teoria da Relatividade Geral de Albert Einstein

Estamos comemorando hoje, 29 de maio de 2024, 105 anos da comprovação da teoria da Relatividade Geral de Albert Einstein. Essa comprovação se consolidou no Céu de Ceará na cidade de Sobral. Algo que poderia ter ocorrido na Rússia, também durante um eclipse, porém, a primeira guerra havia estourado em 1914 e os fotógrafos enviados para lá foram presos acusados de espionagem.

A ideia de comprovar a relatividade era genial, bastava tirar uma foto de algumas estrelas durante um eclipse.  Mas os astrônomos viram o eclipse quadrado de uma cela da Rússia.

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Uma outra oportunidade ocorreria em 1919, a zona de totalidade (onde o eclipse é total) passaria pelo Oceano Atlântico e entraria no Brasil pelo estado do Ceará. No estado nordestino havia uma cidade com estrada de ferro. Na verdade, a segunda estrada de ferro do Brasil dentro da zona da totalidade em Sobral.

Ao contrário do que muitos imaginam, Einstein não veio. É comum na ciência, as teorias inovadoras serem testadas por outras pessoas. Assim, a ciência progride. 

Para Isaac Newton, a luz era constituída de partículas minúsculas. Quando provenientes de uma estrela, essas partículas de luz ao passar próximo do Sol seriam desviadas. Desta forma, se fotografarmos as estrelas durante um eclipse elas deveriam estar ligeiramente deslocadas.

Einstein tinha uma ideia muito parecida, mas para ele a gravidade não seria uma força, seria o espaço (e o tempo) se contorcendo em direção a um objeto como o Sol. Isso causaria um desvio duas vezes maior do que o esperado por Newton. Por isso a fotografia do eclipse era tão importante. 

Uma curiosidade, o telescópio apontado para o eclipse era feito por meio de um espelho plano. Ou seja, com este espelho, a luz era refletida para dentro do telescópio. Essa técnica era melhor para acompanhar o movimento aparente do Sol. 

No momento do eclipse, o Sol estava passando mesmo pela constelação de Touro onde estavam um aglomerado de estrelas denominados Hiades. 

A comprovação não foi imediata. Depois das imagens capturadas, foi necessário ainda voltar ao local seis meses depois quando as mesmas estrelas do Touro apareceriam à noite e não durante o dia que só puderam ser vista por causa do eclipse.

Comparadas as Imagens, saiu finalmente o resultado e os jornais de todo mundo traziam manchetes relacionadas a descoberta. Uma delas dizia: “Luzes todas tortas no céu, as ideias de Newton estão arruinadas”.

De fato, as medidas indicavam que o desvio tinha sido o dobro do que Newton tinha previsto e estavam de acordo com a nova teoria de Einstein. Em obras estrangeiras mais desatualizadas, é comum citarem que a descoberta se deu na Ilha do Príncipe, ainda no Oceano Atlântico nas costas africanas. O que é um equívoco.

Se você leu o Universo em Uma Casca de Noz do autor Stephen Hawking, este inconveniente está lá. Não citam Sobral. Contudo, o próprio Einstein, relatou em entrevista que sua descoberta havia sido no céu do Brasil. Em ambos os lugares se deu a comprovação, contudo, a medida Sobral tinha uma margem de erro menor. 

Dentre a importância da Teoria da Relatividade Geral, outro dia, um motorista de aplicativo estava me dizendo que a Teoria da Relatividade não servia pra nada. Eu argumentei que graças a ela, eu e você usamos o GPS com precisão de alguns metros, se não fosse uma correção relativística, o erro seria de centenas de metros porque o tempo passa de maneira diferente onde estão os satélites do GPS. Perdi meu tempo, o homem não acreditava nem que a Terra era redonda. Rá! Rá! 

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