Oratória: a forma como você se expressa é fundamental para seu crescimento profissional; veja dicas

Legenda: Saber se comunicar efetivamente e com autoridade é fundamental para abrir portas na carreira
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Tão importante quanto o conhecimento técnico é saber apresentar suas ideias, vender seus serviços e seu trabalho. Conheço muitos profissionais que tremem ao apresentar os resultados da sua área em uma reunião com a gestão ou com o conselho da empresa. Alguns não conseguem sequer expor suas opiniões e sugestões. Saber se comunicar efetivamente e com autoridade é fundamental para abrir portas na carreira; criar e manter relacionamentos; e aumentar a credibilidade no ambiente de trabalho. Vamos entender?

Glossofobia, do grego antigo (“glossa” significa “língua” e “phobos” significa “medo”), é uma fobia social que aflige milhares de pessoas. É o medo irracional de falar em público ou de se expressar oralmente.

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Alguns sintomas fazem parte do dia a dia de vários profissionais nos ambientes corporativos, e esse bloqueio pode prejudicar os avanços na carreira. Quais são os principais sintomas da glossofobia? Antes de falar em público o indivíduo sente...

     ...uma ansiedade incontrolável;

     ...náuseas e pânico;

     ...aumento da frequência cardíaca e pressão arterial;

     ...aumento na transpiração e respiração presa;

     ...sensação extrema de exposição.

No contexto atual do mercado de trabalho, destacam-se aqueles que se apropriam mais de seus talentos, sabem lidar com suas vulnerabilidades e expressam melhor suas ideias, resultados e inovações. Essa sequência evidencia a importância de trabalharmos aspectos internos para que as técnicas de oratória, de fato, façam alguma diferença, visto que, aplicadas isoladamente, causam pouco impacto no desempenho do indivíduo.

A técnica aplicada isoladamente cria uma personagem com pouca consistência, ou seja, exposição superficial e sem uma conexão genuína com a “plateia”. A comunicação efetiva é aquela que potencializa os seus talentos e faz de suas vulnerabilidades, talvez, um toque de charme na sua explanação.

Um mito frequente que reforça o medo de falar em público é a percepção de que precisamos ser perfeitos para estarmos aptos e de que o público estará atento aos mesmos pontos que provocam a nossa insegurança.

Pensamentos tais como: será que estou pronto(a)? E se fizerem uma pergunta que não saberei responder? Será que perceberão meu nervosismo? são frequentes e nos impedem de avançar.

Principais gatilhos do medo de falar em público

Muitos são os motivos que aterrorizam algumas pessoas na hora de se expressar para pequenos ou grandes públicos. Abaixo trago alguns que são mais frequentes:

  1. Medo de julgamento – muitas pessoas têm medo de serem julgadas, criticadas ou ridicularizadas.
  2. Falta de experiência – a falta de experiência em falar em público pode bloquear a desenvoltura comunicacional, principalmente se a plateia tiver muito conhecimento sobre o tema. Isso potencializa a ansiedade e o receio de errar.
  3. Pressão para obter um alto desempenho – lidar com a cobrança por alto desempenho pode gerar insegurança e medo de não atender às expectativas do público.
  4. Lidar com níveis hierárquicos mais estratégicos – a sensação de que sua posição poderá ficar vulnerável em cada apresentação é mais forte na medida em que o público é mais estratégico. A sensação exata é: “estou diante de pessoas que podem determinar o meu destino na empresa!”.

Como vencer esses medos?

É importante termos nossa autoestima fortalecida e sermos conscientes dos nossos talentos e fraquezas. O autoconhecimento, sem dúvida, é a base de qualquer desenvolvimento profissional.

Entender o jogo do qual fazemos parte, também, é de suma importância para lidar com esses medos. Se você conhece bem a cultura organizacional da sua empresa e/ou o mercado no qual você atua, fica mais fácil mapear as expectativas e o perfil do público que precisa atender e, consequentemente, identificar o que precisa desenvolver para alavancar os seus resultados.

Dicas para desenvolver uma boa oratória

Prepare-se! Profundidade de conhecimento é tudo. Procure se qualificar, estudar, dominar os assuntos ligados ao seu trabalho e que podem turbinar a sua carreira.

Abaixo, elenco outros pontos essenciais para uma boa oratória:

1. Conheça bem o público que assistirá a sua apresentação – pesquise as pessoas que assistirão você. Isso facilitará a elaboração da sua apresentação e lhe dará informações importantes para estabelecer, rapidamente, uma conexão positiva. Perguntas tais como:

     a. Qual o objetivo da apresentação? Motivar, sensibilizar, informar, recepcionar? O objetivo influenciará a estrutura da apresentação e o tom da sua fala.

     b. Qual o conhecimento prévio dessas pessoas com relação ao assunto? Essa informação, determinará o nível de profundidade do conteúdo.

     c. Qual a expectativa do grupo? Entender exatamente o que as pessoas esperam aprender, saber, conhecer, analisar etc., aproximará você do sucesso na sua apresentação.

2. Saia da sua zona de conforto e prepare um material inovador – alguns profissionais utilizam as mesmas apresentações de anos atrás ou utilizam algumas estruturas padrão para se comunicarem. Quem nunca assistiu a uma palestra em que as piadas são sempre as mesmas? Ou viu uma apresentação de resultados que sempre traz o mesmo template e a única mudança são as informações do mês? Ou ainda, viu aquela proposta em que o profissional apresenta algo padrão sem nenhuma personalização que o aproxime da cultura da empresa cliente?

Para inovar, você precisa rever suas práticas e ter familiaridade com as novas tecnologias e ferramentas disponíveis. Um bom profissional investe em plataformas que disponibilizem recursos para a criação de uma apresentação de impacto. Importante: uma apresentação de impacto precisa contar uma história que prenda a atenção dos ouvintes. Para aprender a fazer isso, leia uma pouco mais sobre storytelling, que é a arte de contar histórias. Crie um roteiro completo para nortear a sua fala, considerando o seu conhecimento sobre o público, incluindo começo, meio e fim de acordo com o tempo estabelecido.

3. Faça reconhecimento de “palco”, visualize e ensaie - conheça o espaço onde será a sua fala (auditórios, salas de reunião etc.), teste todos os recursos audiovisuais e principalmente, se visualize no momento do evento/reunião e ande pelo espaço. Repasse a apresentação em sua mente, isso é poderoso! Treine e fale diante do espelho e se possível, grave a sua apresentação para análise posterior. A prática aumentará a sua confiança e reduzirá a sua ansiedade.

4. Exercite sua respiração, dicção, entonação da voz e linguagem corporal – evite utilizar frases muito longas, use pausas estratégicas para enfatizar pontos importantes. Utilize uma entonação de voz que valorize as palavras ou frases que trarão colorido a sua apresentação e estejam alinhadas com o objetivo dela. Preste atenção na pronúncia e no vocabulário e evite repetições e erros de dicção (engolir algumas letras das palavras, tais como: “R”, “S”, entre outras). Mantenha contato visual, faça gestos para cada informação importante e movimente-se de maneira confiante e segura.

5. Seja autêntico – transmita a sua mensagem com verdade e profissionalismo. Cuide da sua aparência e escolha uma roupa que represente a sua personalidade e o(a) deixe confortável. Em apresentações corporativas, é importante seguir o dress code (código de vestimenta da empresa).

Lembre-se: falar em público com fluência requer prática. Inicie falando para pessoas que sejam mais próximas a você e peça feedback; assista a outros palestrantes e faça treinos constantes para avaliar o seu progresso. O mundo não é mais de quem “se veste bem” e sim, de quem fala bem.

Nesta coluna, trarei para você assuntos relacionados a carreira, liderança, coaching e tendências sobre os assuntos. Contribua deixando sua pergunta ou sugerindo um tema de sua preferência, comentando este post ou enviando mensagem para o meu Instagram: @delaniasantoscoach.

Será maravilhoso ter você comigo nesta jornada. Até a próxima!

*Este texto reflete, exclusivamente, a opinião da autora.

 



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