O papel do líder-gestor no desenvolvimento de talentos

Legenda: Na seleção brasileira, podemos avaliar algumas estratégias do Tite e trazê-las para o ambiente organizacional
Foto: Lucas Figueiredo/CBF

Um conjunto forte e equilibrado faz toda a diferença. Isso vale para os times da Copa do Mundo de Futebol e para os ambientes corporativos. Muitas vezes depositamos todas as nossas expectativas em uma única ficha e, na ausência dela, perdemos o jogo. 

Reflexão: o jogo continua quando temos opções - você desenvolve talentos no seu time ou depende de um único jogador?

Neymar sofreu entorse no tornozelo no primeiro jogo do Brasil, e isso preocupou os brasileiros. Por ser reconhecido como um craque com atuação decisiva, sua saída provocou questionamentos sobre as reais possibilidades para a conquista do Hexa. Conseguiremos o título? Sem Neymar, seria possível? 

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Esse episódio me fez refletir sobre o papel do líder-gestor no desenvolvimento de talentos. A rotina, muitas vezes, é um obstáculo ao cumprimento desse papel, e isso, em curto prazo, pode prejudicar os resultados do time e, consequentemente, da organização.

Já treinei equipes comerciais, por exemplo, nas quais um único vendedor arrasta todo o resultado da área; ou empresas que têm mais de 50% do seu faturamento nas mãos de um único cliente. Seja qual for a ótica, este tipo de exclusividade é nocivo à competitividade do negócio. 

No segundo jogo, o Brasil entrou em campo sem Neymar, e apreensivos, os brasileiros, paralisados em frente à TV, aguardavam esperançosos pelo placar vencedor.

Ao visitar as redes sociais, vi alguns posters citando a falta do poder decisivo do craque, outros falando sobre como o Brasil estava jogando bem, apesar dessa ausência. Na partida, vimos um time obstinado a ganhar, engajado e ciente do que precisava fazer em campo. Todos vestindo a camisa de “craque” da seleção. 

Como desenvolver um time de talentos

Para desenvolver talentos, o líder-gestor precisa reconhecer este potencial em seus liderados e dar oportunidades para que eles aflorem. Além disso, deve arriscar em novas possibilidades e estimular as pessoas a testarem novas habilidades. 

Na seleção, podemos avaliar algumas estratégias do Tite e trazê-las para o ambiente organizacional: 

  • Tite é estudioso!  Avaliou algumas equipes adversárias antes da Copa do Mundo. A preparação é o segredo do sucesso. É importante estudar outras equipes, empresas e variações do mercado em que você atua. Estas informações serão importantes para a elaboração de um plano de desenvolvimento para o time. 
  • Tem respeito pela jornada de cada jogador e valoriza suas capacidades – quando o liderado é valorizado naquilo que ele faz de melhor, sente-se à vontade para ousar um pouco mais. Cria um ambiente de pertencimento. 
  • Renunciou a uma convocação mais conservadora para a seleção e apostou em uma nova geração de jogadores: O processo seletivo é superimportante para a formação de um time talentoso. Quais competências serão importantes para a execução do plano tático?; Às vezes o líder direciona os maiores desafios para o mesmo liderado. Faz isso por ser mais cômodo e/ou por ter medo dos possíveis erros. É importante que, com risco calculado e com o apoio necessário, você ouse desafiar alguns de seus liderados; 
  • Acompanha o time em “tempo real” e faz as alterações necessárias durante o jogo no tempo certo – o acompanhamento com feedbacks constantes garante a percepção adequada para a mudança. Quando sentir que o plano tático pode ser prejudicado, o líder-gestor precisa agir e ser imparcial para isso; 
  • É confiável! Os jogadores demonstram confiar no plano tático do seu técnico. Percebe-se isso na recomposição do time quando perde lances ou é ameaçado pelo oponente. Quando a equipe sabe exatamente aonde o líder deseja chegar e porque é importante chegar, assume esse compromisso;
  • Tem visão estratégica! No jogo contra Camarões, quando o risco estava calculado, Tite colocou em campo jogadores do banco de reserva não só para poupar o time principal, mas para inserir todo o time no ritmo da Copa do Mundo. Jogamos para ganhar? Sim! Mas, sabendo exatamente quais seriam os riscos.

Além disso...

Reconhecer, recompensar e investir no treino é imprescindível. 

Conquistando o Hexa ou não, Tite já nos deixa um legado importante sobre formação e desenvolvimento de times talentosos. A mescla que envolve jogadores jovens e impetuosos, que buscam se firmar no cenário futebolístico, e jogadores experientes, que sabem ditar o melhor ritmo dentro de campo, é a melhor estratégia para alcançar os melhores resultados.  

Nesta coluna, trarei para você assuntos relacionados a carreira, liderança, coaching e tendências sobre os assuntos. Contribua deixando sua pergunta ou sugerindo um tema de sua preferência, comentando este post ou enviando mensagem para o meu instagram: @delaniasantoscoach

Será maravilhoso ter você comigo nesta jornada. Até a próxima! 

*Este texto reflete, exclusivamente, a opinião da autora.

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