O Cocó é como um oásis no meio da cidade de Fortaleza. Um dos maiores parques naturais urbanos da América Latina, foi reduzindo ao longo dos anos pela pressão da especulação imobiliária e obras urbanas. Entre incêndios e protestos em sua defesa, virou unidade de conservação e também destino certo para quem se preocupa com educação ambiental ou apenas quer curtir aquele cinturão verde no meio da cidade concretada.
É fim de semana de sol? Venha se deliciar com o abacaxi mais doce (e caro) da cidade depois de uma boa caminhada, naquela parte alta da Avenida Padre Antônio Tomás. Leva as crianças para escalar ou fazer arvorismo. Cedinho, os bebês já estão suando no tummy time em pleno anfiteatro, com seus tapetinhos emborrachados. Água de coco aqui é mais gelada que na Beira-Mar. Duvida? Vem experimentar no passeio de bicicleta dos domingos.
Mas a cereja do bolo está um pouco mais embaixo, pela entrada da Sebastião de Abreu. A gente deixa os paralelepípedos cinzentos da rua, cruza o portão verde e vira à esquerda numa pequena trilha que leva aos passeios de barco. É ali que a mágica acontece: temperatura até dez graus mais amena e a chance de navegar em uma vista única da cidade.
São 20 minutos em um passeio de barco para apreciar as garças e ver os soins saltitarem pelos galhos num rio prateado pelo sol. Uma boa chance para levar educação ambiental às crianças em tempos de emergência climática enquanto o ventinho gela o rosto. Dependendo do tempo, dá para ver os caranguejos do mangue.
É um passeio seguro para todas as idades, instagramável para os mais conectados e um passo muito pequeno para vivenciar a natureza sempre tão ameaçada na nossa cidade. É também uma forma de (re)conhecer a cidade.
O Parque do Cocó se expande ao longo de 15 bairros. É um corredor verde que atravessa praticamente toda a capital nas margens do Rio Cocó e cujo ecossistema é responsável por regular a temperatura e o microclima da cidade. O parque ―formado por uma extensa mata ciliar, mangues e dunas― abriga pelo menos 146 espécies de aves, 12 de mamíferos e mais de 40 tipos de répteis e anfíbios. Precisamos aproveitar este grande patrimônio ambiental de Fortaleza. Vale a pena.
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