Faz um ano que mais de mil golpistas invadiram e depredaram os maiores símbolos da República brasileira. Inconformados com o resultado eleitoral que levou novamente Lula ao poder, quebraram, picharam e destruíram muito mais que o patrimônio público. Protagonizaram uma grave tentativa de golpe, tentando atropelar a vontade democrática do povo brasileiro. E agora, onde estão os responsáveis?
Mais de mil golpistas foram acusados de envolvimento nos ataques de 8 de janeiro. Muita gente foi denunciada e presa, incluindo alguns policiais militares. Financiadores começaram a ser responsabilizados e cobrados. Hoje, estão na mira do trabalho desenvolvido pela Polícia Federal. Mas, como destacou a Folha de S. Paulo, os altos oficiais das Forças Armadas seguem livres da responsabilização - parte deles considerada no mínimo omissa.
Dentro do Supremo Tribunal Federal, ministros consideram que houve tolerância demais aos acampamentos dos golpistas em Brasília. Eles atravessaram meses ali, anunciando a indignação com o resultado eleitoral e o intento de golpe, pedindo a volta do AI-5, um instrumento brutal da ditadura militar, cuja instauração completa 60 anos neste 2024.
Responsabilizar os que participaram do golpe de 8 de janeiro é um recado importante para uma sociedade que hoje tem uma minoria que flerta com regimes autoritários que deixaram marcas indeléveis em toda a América Latina. Mas quem está sendo responsabilizado até o momento?
Se fizermos um recorte sobre os cearenses identificados como envolvidos nos atos golpistas, dos 26 capturados pela Polícia Federal logo após os atos, apenas um está sendo monitorado no Distrito Federal
Doutora em ciência política pela USP e pesquisadora do Centro Brasileiro de Análise e Planejamento, Camila Rocha avaliou em coluna publicada no dia 7 de janeiro na Folha de São Paulo que pouco se avançou na punição dos golpistas graúdos. Ela lembra que, até agora, nenhum político, militar ou grande empresário foi responsabilizado com o mesmo rigor dos que não ostentam altos cargos e posses.
Seguimos ainda com muitas perguntas: quais militares de alta patente se omitiram? Quem financiou os acampamentos e os ônibus que cruzaram o país para levar golpistas para depredarem a Praça dos Três Poderes e atacarem a democracia? Onde estão os graúdos do 8 de janeiro? Ainda aguardamos saber.
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