Carina Santos não sabia programar quando começou a esboçar com dois amigos a ideia de um aplicativo para melhorar a vida de pessoas com intolerâncias e alergias alimentares. Mesmo assim, apostou na ideia, desenvolvida em algumas disciplinas do curso de Publicidade em Propaganda que está prestes a concluir em Feira de Santana (BA), onde mora.
Filha de uma artesã e de um engenheiro, desde criança ela se encanta por histórias de mulheres que quebraram as barreiras do machismo para fazer sucesso como criadoras de tecnologia. Aos 11 anos, chegou a fazer um curso de informática para mergulhar neste ambiente, mas para programar mesmo precisou da ajuda de um amigo.
Não importa. Carina está se preparando para cruzar a Américae desembarcar em setembro no Vale do Silício, onde espera conhecer novos parceiros e buscar financiamento para melhorar e popularizar o aplicativo BemAli.
A viagem é fruto do prêmio de empreendedorismo Campus Mobile, que dará a oportunidade dos selecionados conhecerem algumas das maiores empresas de tecnologia do mundo.
O projeto de Carina nasceu para tentar amenizar as dificuldades de pessoas com intolerância ou alergias alimentares. O usuário se cadastra, fornece algumas informações sobre si e… voilá! O aplicativo oferece receitas e restaurantes que atendam às suas restrições.
“Conversando com pessoas com intolerância, descobrimos que elas têm dificuldade de encontrar restaurantes com produtos que possam consumir. São coisas pequenas, mas há muita gente que não é atendida”, conta Carina.
Ela mesma imprimiu na ideia do aplicativo suas restrições num momento em que buscava se tornar vegetariana. “Hoje eu posso dizer que sou aspirante a vegetariana”, conta. No momento, o aplicativo aguarda para receber melhorias. E sua popularização no Brasil dependerá dos contatos no Vale do Silício.
“A gente já tinha uma ideia e a gente decidiu arriscar [aplicando no concurso]”, diz Carina, que agora realizará um sonho e poderá conhecer de perto o Vale do Silício, berço da tecnologia onde as mulheres têm cobrado seu espaço.
Carina atua hoje como product design do Pravaler, uma plataforma de acesso e soluções para o ecossistema de educação do Brasil.
“A gente sempre pensava em desistir por n motivos, pela dificuldade em programar. Na segunda fase do Campus Mobile, fui a única mulher selecionada da categoria de saúde. Então pra mim é uma responsabilidade muito grande mostrar que nós, mulheres, somos capazes.”