Dorival Junior e torcida são protagonistas em importante vitória do Ceará sobre o Independiente

As mudanças do treinador fizeram a equipe melhorar no jogo e a torcida, que cantou o tempo inteiro, inflamou os jogadores dentro de campo

Legenda: Dorival Junior e torcida tiveram importante papel em virada do Ceará sobre o Independiente
Foto: Kid Junior/SVM

A estreia de Dorival Junior no Ceará passou longe de ser tranquila, como já era esperado. O jogo contra o Independiente-ARG, na última terça-feira (5), foi marcado por muita tensão e nervosismo. Dentro e fora de campo. Mas fato é: independente de qualquer coisa, o Alvinegro precisava vencer. A qualquer custo. E o triunfo por 2 a 1, de virada, pode significar uma mudança de chave necessária para o clube. Em jogo que a torcida empurrou o time para o resultado, o treinador também foi protagonista.

Primeiro pela escalação, que foi confusa. Com três volantes (Richard, Lindoso e Sobral) e sem nenhum centroavante, o Ceará não teve profundidade no 1º tempo e sofreu com falta de criatividade. Mesmo atuando na vantagem numérica desde os 11 minutos, quando o zagueiro Ayrton Costa foi expulso, o Alvinegro não conseguia articular boas chances de finalização. No 1º tempo inteiro, teve apenas um chute na direção do gol de Sebastián Sosa.

Vina atuando centralizado, como 'falso 9', não funcionou. O camisa 29 perdeu uma de suas principais armas (a liberdade para transitar pelo campo) e ficou encaixotado na marcação argentina. As investidas do Vovô eram limitadas a jogadas individuais de Mendoza e Nino Paraíba. Os dois foram muito bem no jogo, mas era pouco para uma equipe que deveria produzir mais.

Não bastasse a ineficácia ofensiva, o sistema defensivo falhou feio. O gol de Togni se origina em um erro de passe bizarro de Luiz Otávio num momento em que o Ceará controlava totalmente a bola e estava organizado para atacar. O gol no contra-ataque, aos 31 minutos, resultou em muita reclamação da torcida após uma péssima etapa inicial.

Mudanças de Dorival

Zé Roberto com os braços levantados comemorando gol
Legenda: Zé Roberto entrou e melhorou o sistema ofensivo do Ceará
Foto: Kid Junior/SVM

Se a escalação não deu certo, as mudanças de Dorival, sim, surtiram efeito. Logo aos 38 minutos do 1º tempo, sacou Richard para a entrada de Erick. No intervalo, colocou Zé Roberto no lugar de Lima. E isso fez com que o Ceará tivesse mais profundidade e, jogando com uma referência, tivesse mais volume ofensivo, conseguindo se impor no campo adversário.

Aos 15, Mendoza cobrou pênalti e marcou o 5º gol dele no ano, inflamando as arquibancadas e transformando a atmosfera de pressão e cobrança em apoio e incentivo. Nem a expulsão de Nino Paraíba, dois minutos depois, freou o ímpeto do time da casa. Aos 20, após cobrança de escanteio de Erick e bate-rebate na área, Benegas marcou contra.

Na sequência, Richardson entrou muito bem, retomando o controle do meio de campo do Ceará em momento que o time argentino crescia na partida, e Michel Macedo também preencheu a lacuna deixada com a expulsão de Nino.

Voz das arquibancadas

Torcida do Ceará
Legenda: Torcida do Ceará protestou em jogo contra o Tombense-MG
Foto: Kid Junior/SVM

A torcida merece um destaque a parte. A arquibancada foi fundamental para o resultado. Cantando do início ao fim, empurrou a equipe para reverter o placar adverso (foi a 1ª virada do Ceará em 2022). 

Mas também teve cobrança. Nem precisou a bola rolar para a torcida dar o tom. No momento que os jogadores foram cumprimentar os torcedores, foi alto o grito "Queremos raça, do time todo". No gol do Rey de Copas, a torcida gritava "vergonha, vergonha, vergonha, time sem vergonha". No intervalo, vaias pesadas e insatisfação total com o desempenho.

Antes, durante e depois do jogo, o presidente Robinson de Castro foi alvo de vários protestos dos torcedores, assim como a diretoria executiva.

Ao apito final, o alívio e a celebração por um resultado que era importantíssimo e que pode significar uma virada de chave num momento tão delicado.

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