O resultado foi ruim por vários aspectos. A derrota por 2 a 1 para o Athletico-PR encerrou a sequência de duas vitórias que o Ceará tinha na Série A, mantém o jejum de triunfos como visitante no Brasileirão e fez com que o adversário direto ultrapassasse o Vovô na classificação. Porém, há uma análise além do resultado. O Ceará apresenta caminho de evolução mesmo com a derrota para o Athletico-PR.
Tiago Nunes fez muitas mudanças na escalação. Jogou sem centroavante e optou por povoar mais o meio de campo, com três volantes (Fabinho, Fernando Sobral e Marlon) dando sustentação para liberar mais Vina, Rick e Mendoza.
A ideia, também, era de proteger mais a zaga reserva, já que com a suspensão de Messias e Luiz Otávio, Gabriel Lacerda e Klaus foram pro jogo, formando uma dupla inegavelmente menos experiente, entrosada e qualificada tecnicamente.
Defensivamente, a estratégia funcionou. O Athletico-PR pouco ameaçou e só teve uma única finalização que obrigou João Ricardo a defender, com Terans. Porém, ofensivamente, o Ceará deixou a desejar. Não funcionou a ideia de marcar forte e apostar nas transições rápidas, com ataques mais diretos, explorando a velocidade de Rick e Mendoza.
Mendoza, Rick e Vina tentaram adiantar a marcação para dificultar a saída de bola do CAP, com o trio de volantes fechando o meio de campo. O jogo foi morno no 1º tempo, que parecia controlado, até o gol de Renato Kayzer, nos acréscimos.
Mudança de postura
No intervalo, quando imaginava que Tiago Nunes faria substituições, o Ceará voltou sem nenhuma mudança de peça, mas sim de postura. Mais agressivo, adiantando as linhas de marcação, teve mais presença no campo adversário e criou problemas para o Furacão.
Tanto é que empatou logo cedo, aos seis minutos, com Rick, que aproveitou rebote de Santos após grande defesa em chute de Mendoza.
E mesmo com a igualdade, o Ceará não recuou. Manteve a postura e era melhor no jogo até os 22 minutos, quando em um erro de marcação, Pedro Henrique se livrou de Mendoza e subiu completamente livre, sendo apenas observado por Klaus e Lacerda, que não marcavam ninguém.
A expulsão de Fernando Sobral, aos 39 minutos, acabou com qualquer chance de reação.
Análise geral
No fim, uma derrota que está dentro da normalidade
Mesmo sem a zaga titular, o Ceará foi competitivo, teve atuação equilibrada e fez bom jogo contra o finalista das Copas Sul-Americana e do Brasil.
Seguir sem vencer como visitante é muito ruim, mas é preciso olhar além do resultado.
O Ceará está numa rota de melhora com Tiago Nunes, e isso é positivo.
Contra o Sport, sim, é jogo em que não se pode pensar em outro resultado que não seja a vitória.