João Paulo Silva foi reeleito presidente do Ceará até 2027, mas o pleito da última quinta-feira (28) fala muito mais que o resultado. Com a participação de 291 conselheiros, o atual mandatário recebeu 166 votos. Seu concorrente, Pedro Gabriel, recebeu 123 votos. Foi a votação para presidência mais apertada da história centenária do clube, o que deixa um recado claro de qual será o maior desafio de João Paulo após a reeleição: buscar paz.
Não é de hoje que o Ceará é um clube rachado politicamente. Vale lembrar a votação em que o texto do novo estatuto foi reprovado por 112 a 106 (em assembleia cercada de agressividade e xingamentos) que expôs as brigas internas.
Tal divisão só vem aumentando nos últimos anos com os recorrentes episódios de divergência entre situação e oposição. Pensamentos opostos, acusações, xingamentos e declarações impactantes - nos bastidores e externamente - fizeram com que a tensão se elevasse cada vez mais.
O maior desafio está claro: pacificar o clube. Trazer mais tranquilidade e equilíbrio para Porangabuçu. Criar um ambiente de união e coalizão em prol da instituição, do CNPJ que é maior que qualquer CPF. Com transparência, comunicação clara e boas práticas de gestão, sem excluir o torcedor que quer fazer parte da vida política do clube e, também, sem protagonismo para quem coloca os interesses pessoais acima dos institucionais.
É isso que vai alicerçar a condição de realizar um bom trabalho que possa resultar em reestruturação financeira, administrativa e busca por bons resultados esportivos - sobretudo a manutenção na Série A em 2025. Tudo passa por uma maior paz na política do clube.
O próprio João Paulo sabe disso e já falou que pretende ‘mudar muitas coisas’ em sua gestão no Ceará após a reeleição. O que é um bom indicador. O presidente sabe o caminho a percorrer.
O desafio será colocar em prática.