Em conversa com uma amiga brilhante, quando falávamos sobre as dificuldades de organização financeira na vida das pessoas, ela me relatou, de forma bastante sincera e intrigante, como sua vida pessoal, em aspectos financeiros, acabou sendo influenciada pela forma que sua mãe e, também sua avó, lidavam com o dinheiro.
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Então, eu disse a ela: Taí, vou escrever sobre isso. E fica a grande pergunta: Será que, de fato, a situação financeira em que nos encontramos hoje é reflexo da forma como meus pais ou avós usavam o dinheiro em suas vidas?
Assim, entramos em um mundo de inúmeras possibilidades, pois a genética, o comportamento e o ambiente, juntos, podem operar milagres e influenciar diretamente nossas vidas sim.
Sabemos disso na área de saúde, onde doenças são transmitidas geneticamente, onde o comportamento alimentar influencia nos resultados que teremos no corpo e alma, onde o ambiente acaba por influenciar comportamentos muitas vezes não saudáveis a nossa saúde.
Mas será que isso também acontece quando falamos de finanças pessoais?
Pois bem! Pesquisas demonstram que de 30% a 60% das características de personalidade possam ser hereditárias, afirmando a influência direta da genética no comportamento humano.
Para estudiosos, como Shim (2010), as crenças e os comportamentos dos pais afetam os filhos, mesmo se eles evitam falar sobre dinheiro.
Desta forma, os filhos podem reproduzir comportamentos de endividamento ou de poupança e investimento de seus pais na vida adulta, por simples hábito (embora isso não possa ser considerado um fator determinante).
É importante lembrar que os hábitos financeiros dos pais podem influenciar o comportamento financeiro dos filhos. Quando os pais têm uma boa gestão financeira e práticas financeiras saudáveis, é mais provável que as crianças e jovens também aprendam a importância do planejamento financeiro e tenham hábitos saudáveis em relação ao dinheiro.
Por outro lado, se os pais têm comportamentos financeiros desorganizados e gastam dinheiro de forma impulsiva, é possível que os filhos cresçam com os mesmos hábitos financeiros.
Por isso é importante, além de deixá-los observar as atitudes, conversar e transmitir conhecimento financeiro, isso porque diálogos a respeito de dinheiro e questões financeiras, quando adequados à sua capacidade de compreensão e sua idade, possibilitam aos filhos aprenderem a partir das experiências dos pais, seus fracassos e sucessos.
Sabemos, no entanto, como os hábitos são difíceis de serem mudados. Por isso, relacionei algumas dicas importantes para que você saia desse ciclo genético-hereditário-comportamental e possa ter uma vida financeira pra chamar de sua.
Mudar hábitos financeiros pode ser um desafio, mas é possível. Aqui estão algumas dicas que você pode seguir:
Lembre-se que mudar hábitos financeiros é um processo e pode levar tempo para ser implementado. Seja paciente e consistente em suas ações.
Por fim, minha amiga tem razão: seu comportamento com dinheiro foi influenciado pela história de vida financeira de sua mãe e avó. A lembrança dos gastos desmedidos e endividamento, sem orientação sobre prioridades, metas e vida financeira saudável ajudaram a determinar como ela, hoje, se relaciona com o dinheiro.
Mas, minha amiga, tenho que te dizer: ainda que tenha esta influência, isso não é justificativa nem é determinante para mudar o rumo de sua vida financeira. Pois siga firme com determinação e, estou por aqui sempre que precisar.
Pensem nisso! Até a próxima.
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*Este texto reflete, exclusivamente, a opinião da autora.