PIX bate novo recorde no Brasil: será um uso pixcológico?

Legenda: PIX bateu recorde em transações no Brasil
Foto: Shutterstock

Em conversa com uma amiga, percebi algo que vale a pena comentarmos por aqui. Ela foi estacionar seu carro próximo a Beira Mar de Fortaleza e um “flanelinha” (expressão muito carioca para guardador de carros) fez aquela abordagem sobre cuidar do carro. Minha amiga disse: tudo bem, mas não tenho trocado. Ao que ele prontamente respondeu: pode fazer um PIX.

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Ao pensarmos que o PIX foi oficializado em novembro de 2020, em meio a pandemia, e hoje, apenas 2 anos e 5 meses depois bate seu maior recorde de uso. 

Sim. No último dia 06 de abril, o PIX – sistema de pagamento instantâneo do Banco Central – que todos nós já conhecemos com mais proximidade, bateu o recorde de 122,4 milhões de transações diárias, com valor total de R$ 62,8 bilhões, segundo dados do Banco Central. 

Ainda que muitos resistam, o PIX veio pra ficar. É o uso da tecnologia a favor dos meios de pagamento e, como já comentamos aqui, em breve teremos até o real digital.

Mas, fiquei pensando: será que é apenas a facilidade das transações que fez com que o PIX crescesse tanto? Ou será que possui, também, alguma causa psicológica no uso do dinheiro? Já sabemos que nosso comportamento é responsável por muitas decisões de nossas compras no dia a dia e, por isso, nosso comportamento também pode determinar a forma como gastamos, guardamos ou investimos nosso dinheiro.

Algumas pesquisas já comprovaram que o comportamento de gastar mais quando se usa um cartão de crédito em vez de dinheiro pode ser atribuído a vários fatores psicológicos. Quando usamos dinheiro em espécie, temos uma maior sensação de perda imediata, uma vez que o dinheiro fisicamente desaparece de nossa carteira.

Ao contrário, ao usar um cartão de crédito, não vemos o dinheiro sendo gasto, o que pode nos dar uma sensação de distanciamento em relação à transação financeira. 

E não parece ser tão diferente com o PIX, no sentido da sensação real de perda ou gasto real. Ainda que de fato tenhamos que ter saldo imediato para fazer um PIX, o fato de ser uma transação digital, traz a sensação de riqueza. Já perceberam? Só que, nestes casos, descobrimos imediatamente que já gastamos, diferente do cartão de crédito, onde nos endividamos em prestações.

Controle responsável

É importante destacar que, assim como em qualquer outro meio de pagamento, as pessoas precisam ter um controle responsável dos seus gastos ao utilizar o PIX. Além disso, é necessário se proteger contra possíveis golpes e fraudes, com práticas seguras de uso da ferramenta.

É, minha amiga, não ter dinheiro trocado não é mais justificativa pra não pagar ao flanelinha. E ela me disse: Imagina! Vou fazer um PIX de 2 reais? Fiquei em dúvida se dizia a ela que seria mais do que 2 reais e me calei por nossa amizade.

Ótima semana pra você cuidado com o uso do PIXCOLÓGICO.

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*Este texto reflete, exclusivamente, a opinião da autora.



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