As operações de compra e venda de ativos no mesmo dia, conhecidas como day-trade, ganhou amplo destaque nos últimos anos, sobretudo por “gurus das finanças” nas redes sociais.
Se você não foi impactado por estes “gurus” do day-trade, prometendo fórmulas milagrosas, estratégias secretas e cursos para alcançar a tão sonhada independência financeira, você é uma pessoa de sorte!
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No cenário recente, em que temos uma avalanche de promessas de lucros rápidos, um interessante artigo, elaborado pelos Professores Fernando Chague, Rodrigo de Losso e Bruno Giovanetti, jogou luz sobre os chamados day-traders.
O artigo intitulado “Day Trading for a Living?” apresenta estatística de investidores que fazem day-trade no mercado brasileiro de contratos futuros (mini-índice), no período de 2012 a 2017.
Entre os pontos mais importantes do artigo, se destacam:
Outro artigo publicado, agora sob a ótica de day trade em ações no mercado à vista, segundo os mesmos autores, dos 98.378 indivíduos que fizeram sua primeira operação no período entre 2013 e 2016, apenas 554 ficaram em mais de 300 pregões. Todos os outros indivíduos (99,4%) não persistiram na atividade.
A média do “lucro bruto diário” foi 49 reais negativos em day-trade de ações entre os 554 investidores na pesquisa. Apenas 127 indivíduos apresentaram “lucro bruto diário médio” acima de 100 reais no mercado de ações.
Confesso que após a leitura dos artigos, fiquei ainda com dúvidas. A principal indagação que pairava na minha mente era a seguinte:
Se day-trade é tão ruim, por que grandes instituições financeiras realizam essas operações?
Há pouco menos de 1 mês, pelo Twitter, o Prof. Bruno Giovanetti, divulgou 2 gráficos em que um apresenta a tragédia dos investidores pessoas físicas, e no outro, a excelente performance dos investidores institucionais. Os dois gráficos, me ajudaram a chegar na resposta à indagação que me inquietava.
Para atuar como day-trader e ter algum sucesso, não vejo outro caminho senão atuar profissionalmente, utilizando-se de conhecimento de análise técnica de alto nível, domínio da estatística das finanças modernas, e evidentemente, dispor de ferramentas tecnológicas de ponta.
Se não for assim, de forma profissional, e tentar o day-trade no modo amador, operando no mercado financeiro na fila do pão, na sala de espera do dentista, ou na hora do almoço, apenas 15 minutos por dia, é a rota do “naufrágio das finanças”. Seguir este caminho é cair no canto da sereia moderno das redes sociais.
Grande abraço e até a próxima semana.
Este texto reflete, exclusivamente, a opinião do autor.