Vitória do Ceará contra o Fortaleza é retrato de como se deve enfrentar o Clássico-Rei

O Vovô venceu por 2 a 1, neste sábado (8), na Arena Castelão

Escrito por
Alexandre Mota alexandre.mota@svm.com.br
(Atualizado às 08:37)
Legenda: Lucas Mugni e Fabiano estão no rol dos melhores em campo no Clássico-Rei
Foto: Davi Rocha / SVM

Uma vitória alvinegra com méritos. O Clássico-Rei nunca foi sobre investimento ou elenco, é um campeonato à parte: ganha quem sabe jogar. Assim, o Ceará aplicou 2 a 1 no Fortaleza, neste sábado (8), e ampliou a invencibilidade contra o rival para seis jogos - a última derrota foi em 2023.

Em campo, um Vovô mais consciente do que precisava fazer. Com dois volantes de contenção, fechou as linhas, deixou o rival desconfortável e aproveitou a bola parada e a transição rápida para construir o placar. Mais ligado, com imposição física, fez 2 a 0 no 1º tempo e poderia ter feito mais - ficou barato.

A desorganização tricolor chamou a atenção. Não fosse o preciosismo de Fernandinho, o dano poderia ser ainda maior. Assim, o Alvinegro teve solidez defensiva e um padrão tático compacto que preservou o goleiro Bruno Ferreira.

Por isso, o coletivo se sobressaiu. O Vovô entrou com a intensidade que o Clássico-Rei exige. Individualmente, os laterais Fabiano e Matheus Bahia fizeram uma partidaça, assim como o meia argentino Lucas Mugni, que marcou belo gol de falta e ainda participou do 2º gol, de Pedro Henrique, ao recuperar a bola na grande área.

Um resultado merecido. Com mais confiança e moral para a sequência do trabalho do técnico Léo Condé em 2025.

Problema do Fortaleza

Ao torcedor tricolor, a sensação é de um roteiro repetido no Clássico-Rei. Mais uma vez, o time entra em rotação abaixo, não consegue se impor, vê o rival sair na frente e depois se desorganiza.

Lucero converte pênalti para o Fortaleza
Legenda: O Fortaleza descontou no Clássico-Rei com pênalti convertido por Lucero
Foto: Davi Rocha / SVM

É como se o elenco estivesse inerte e depois sentisse demais os golpes sofridos, faltando força mental para reagir. Enfrentar adversários mais fechados é um problema que o treinador argentino Vojvoda precisa resolver. Contra o Ceará, por exemplo, foi notória a baixa produção ofensiva, sem mais espaço para os pontas.

A engrenagem não funcionou - faltou mais repertório. A posse de bola virou um martírio e a equipe só esboçou pressão no fim, depois do pênalti convertido por Lucero e de um adversário desgastado fisicamente.

As lições ficam com a certeza de que nenhum resultado é absoluto: foi apenas a 1ª derrota em 2025. Um novo encontro pelo Campeonato Cearense só pode existir em uma eventual final, mas ainda restam embates pela Série A (2x) e possibilidades também pela Copa do Nordeste e pela Copa do Brasil.

Assuntos Relacionados