A diretoria executiva do Fortaleza planeja criar uma Sociedade Anônima do Futebol (SAF) para 2023 com um modelo inovador: mantendo o controle do clube. A cúpula tricolor realizou um estudo avançado sobre o tema e acredita que esse seja um caminho para aumentar a competitividade nos próximos desafios, que incluem Libertadores e Série A.
A ideia seria a venda de, no máximo, 15% da SAF. No projeto, um banco de investimento profissional e especializado no processo seria contratado para tratar da negociação nos mercados nacional e internacional. O formato manteria as principais decisões e o controle do clube na gestão, com permissão até para torcedores também efetuarem a compra de ativos da agremiação.
Logo, é um caminho diferente de Bahia, Cruzeiro e Vasco, por exemplo, que tiveram ações vendidas e passaram a ter ‘donos’, ou sócios majoritários, após aportes milionários e a quitação de dívidas. Qualquer decisão, no entanto, passa por uma mudança de estatuto via Conselho Deliberativo com uma votação dos sócios, ou seja, o explanado é apenas uma ideia da diretoria executiva do Fortaleza.
Nos últimos anos, o Fortaleza recusou diversas sondagens do exterior para a adesão ao modelo de SAF, sempre com a premissa de controle majoritário da instituição, o que não é interessante para o momento atual. No modelo proposto, o interessado iria fazer um investimento com a expectativa de valorização do clube, que atravessa o melhor momento da história da agremiação, em ascensão nacional.
Da Série C em 2017, elevou o nível de competitividade nacional a cada ano, como o título da Série B (2018), o bi da Copa do Nordeste (2019-2022), o tetra do Estadual (2019, 2020, 2021 e 2022), além das participações históricas na Sul-Americana (2020), na Libertadores (2022), e o G-4 do Brasileirão.
Com a consolidação na elite nacional, o caminho seria uma forma de aumentar os investimentos no elenco, em estrutura e assim manter a rota de crescimento, com a valorização da marca até no cenário sul-americano.
COMO O FORTALEZA VIRA SAF?
Pela legislação, o Fortaleza pode criar uma SAF, mas deve alterar os estatutos do clube caso deseje entrar nessa operação, pois o time é uma 'Instituição Sem Fins Lucrativos’. Hoje, o Leão possui uma gestão profissional, dívidas saneadas e o controle esportivo, mas não possui um investidor capaz de realizar um aporte milionário, por exemplo, e o único caminho na lei é a SAF.
Assim, precisaria se transformar em empresas, via SAF, para viabilizar a obtenção de investimento. A decisão de migração de modelo (ou não) é do clube. No caso de sistemas sem fins lucrativos, a mudança exige a alteração estatutária, o que necessita de aprovação no Conselho Deliberativo.
O processo é seguido com a criação de uma empresa (SAF) e ofertar ações no mercado em troca de investimento. O Fortaleza deseja negociar uma pequena parte dos ativos para obter capital de investimento e manter o controle das principais decisões da agremiação.
CLUBES DA SÉRIE A DE 2023 QUE SÃO SAF
América-MG (está em negociação e ainda não anunciou o sócio da SAF).
Atlético-MG (está em negociação e ainda não anunciou o sócio da SAF).
Bahia (o conglomerado Grupo City é o sócio majoritário da SAF).
Botafogo (o empresário John Textor é o sócio majoritário da SAF).
RB Bragantino (a empresa Red Bull é o sócio majoritário da SAF).
Cruzeiro (o ex-jogador Ronaldo Fenômeno é o sócio majoritário da SAF).
Cuiabá (a família Dresch é a sócia majoritária da SAF).
Vasco (a empresa 777 Partners é a sócia majoritário da SAF).