O Ceará repetiu o feito dos últimos quatro anos e chegou na final do Campeonato Cearense, mas a temporada de 2021 trouxe à tona um novo planejamento na competição. Com o rodízio do elenco e uso das categorias de base, o clube utilizou 51 atletas em oito partidas, com três técnicos.
A medida foi adotada para diminuir os impactos do calendário apertado proposto pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF). No primeiro semestre, o time participou também da Copa do Nordeste e da Copa Sul-Americana. Na última semana, por exemplo, fez um jogo a cada dois dias.
Por isso, o desempenho é um desafio, principalmente pela ambição de ser competitivo em tudo. Nesse escopo, está vivo na Sula, foi finalista do Nordestão e tem nova chance de título estadual.
"Isso é uma sinalização muito forte de que em breve teremos muitos jogadores da base no time profissional, mudando um pouco aquela cultura do contratar e contratar que é tão presente aqui. Muitas das soluções estão em casa e podem ser produzidas. Essa é uma sinalização de mudança de patamar na formação dos elencos do clube".
O detalhe: durante o processo, a equipe foi comandada à beira do gramado por Guto Ferreira (time principal), Daniel Azambuja (Sub-23) e Juca Antonello (Sub-20). Apesar das adversidades em treinos ou entrosamento, o saldo é de força do plantel em experiência que deve ser repetida posteriormente.
Os departamentos de futebol e de análise de rendimento também analisaram a performance dos nomes acionados. Assim, para além da inclusão de parte do elenco campeão no Brasileiro de Aspirantes de 2020, novas oportunidades devem ser concedidas na sequência do ano em demonstração de força da base.
Do grupo, 14 jogadores eram do Sub-20, sendo dois nomes do Sub-17: David e João Victor. As peças são inscritas em torneios da CBF nas respectivas categorias e tiveram oportunidade de trocar experiência, além da rotina, com jogadores do principal, a exemplo do atacante Saulo.
Por isso, o planejamento teve êxito e serviu para a maturação na metodologia de formação alvinegra. O clube é detentor do Certificado de Clube Formador e mantém investimentos na Cidade Vozão, em Itaitinga, o equipamento reservado às categorias de base. No fim, o Ceará escreveu o presente com o futuro.