As primeiras impressões do Fortaleza de Renato Paiva
Na estreia do novo treinador, empate em 1 a 1 com o Bahia pela Série A
Na estreia do técnico português Renato Paiva, o Fortaleza empatou com o Bahia em 1 a 1, neste sábado (19), na Arena Castelão, pela Série A de 2025. Abriu o placar com Marinho e viu Rodrigo Nestor deixar tudo igual. O Diário do Nordeste lista as primeiras observações dessa nova era no Pici, com percepções bem iniciais do jogo sob o novo comando, apesar do pouco tempo de trabalho.
Vale ressaltar que tudo é embrionário. Não há conclusões com uma partida e dois dias de trabalho. O momento atual também é péssimo em termos de resultado: não vence há 10 partidas, sendo o vice-lanterna do Brasileirão, com apenas 11 pontos somados.
Nova postura
A escalação foi basicamente a mesma de Vojvoda nos últimos jogos, mas a postura foi totalmente diferente. Nada de apatia ou baixa rotação. O elenco entrou conectado com a partida, com marcação alta, pressão na saída de bola, ganhando muitos duelos individuais e demonstrando mais raça. Sem dúvidas, esse é o grande aspecto do 1 a 1 com o Bahia. Se isso é mérito do técnico Renato Paiva ou um recado do elenco é uma incógnita, mas esse é o comportamento essencial para qualquer reação.
Queda de desempenho
O 1º tempo do Fortaleza é positivo. O time pressionou o Bahia, abriu o placar e se defendeu bem. O contraponto é a volta do intervalo: extremamente recuado, como quem atua apenas para segurar o resultado. Assim, trouxe o adversário para o jogo e sofreu a igualdade quando era pior na partida. Na coletiva, Paiva atribuiu isso ao psicológico dos atletas e ressaltou que não pediu o recuo. O ponto alto é reconhecer que o gol de empate não abalou o time, mas despertou. A equipe então voltou para a partida, corrigiu a postura e teve chance de ganhar em lances com Adam Barreiro e José Herrera.
Velocidade das substituições
O funcionamento do Fortaleza foi ruim na maior parte do 2º tempo. Renato Paiva não hesitou e, rapidamente, utilizou o banco de reservas. Aos 22, colocou logo três: Martínez, Mancuso e José Herrera. Aos 38, Adam Bareiro e Pikachu. Logo, todos os reforços ofensivos da janela terminaram em campo - incluindo o então titular Matheus Pereira. A resposta ao jogo foi a substituição, com escolhas até propositivas, o que pode ser um caminho e uma característica dessa comissão técnica.
Orientação tática
Na coletiva, Renato Paiva detalhou qual foi a principal orientação tática do Fortaleza na estreia dele.
"Eu posso dizer que os aproximei, juntei ao atacar e defender. É um conceito que eu tenho que quando a bola viaja, eles têm que viajar com a bola para estar todos juntos para atacarem juntos, para terem linhas de passe e aumentar a confiança com a posse de bola, não querer entrar logo em zonas onde não há condições de entrar na defesa adversária. Circular a bola, ter posses mais largas porque a confiança vai ganhando nisso, em dois ou cinco passes corretos, duas ou três ações técnicas boas, e nós tivemos hoje, foi claro. Não é a bola ir para ali, irem três jogadores e os outros sete ficarem atrás, não. Essa é a grande mudança que eu quero fazer e que já decidi que tenho que trabalhar: atacam juntos, quando subir a bola e tiver na área adversária, o meu goleiro deve ficar quase no meio-campo adversário, e defendem juntos. É aquilo que eu quero porque só juntos é que vamos sair desta situação, portanto isso foi aquilo que eu comecei já a ver um pouco, com mais articulações entre jogadores e mais linhas de passe. Portanto, essa foi a principal mudança que eu pedi, para além de uma parte estratégica de como se defender do Bahia, que funcionou melhor na primeira parte do que na segunda”.
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