As primeiras impressões do Fortaleza de Renato Paiva

Na estreia do novo treinador, empate em 1 a 1 com o Bahia pela Série A

Escrito por
Alexandre Mota alexandre.mota@svm.com.br
(Atualizado às 12:08, em 21 de Julho de 2025)
Legenda: O técnico português Renato Paiva estreou no comando do Fortaleza contra o Bahia
Foto: Ismael Soares / SVM

Na estreia do técnico português Renato Paiva, o Fortaleza empatou com o Bahia em 1 a 1, neste sábado (19), na Arena Castelão, pela Série A de 2025. Abriu o placar com Marinho e viu Rodrigo Nestor deixar tudo igual. O Diário do Nordeste lista as primeiras observações dessa nova era no Pici, com percepções bem iniciais do jogo sob o novo comando, apesar do pouco tempo de trabalho.

Vale ressaltar que tudo é embrionário. Não há conclusões com uma partida e dois dias de trabalho. O momento atual também é péssimo em termos de resultado: não vence há 10 partidas, sendo o vice-lanterna do Brasileirão, com apenas 11 pontos somados.

Nova postura

Atletas de Fortaleza e Bahia disputam bola
Legenda: Os atletas do Fortaleza demonstraram mais raça e atitude na estreia de Renato Paiva
Foto: Ismael Soares / SVM

A escalação foi basicamente a mesma de Vojvoda nos últimos jogos, mas a postura foi totalmente diferente. Nada de apatia ou baixa rotação. O elenco entrou conectado com a partida, com marcação alta, pressão na saída de bola, ganhando muitos duelos individuais e demonstrando mais raça. Sem dúvidas, esse é o grande aspecto do 1 a 1 com o Bahia. Se isso é mérito do técnico Renato Paiva ou um recado do elenco é uma incógnita, mas esse é o comportamento essencial para qualquer reação.

Queda de desempenho

O 1º tempo do Fortaleza é positivo. O time pressionou o Bahia, abriu o placar e se defendeu bem. O contraponto é a volta do intervalo: extremamente recuado, como quem atua apenas para segurar o resultado. Assim, trouxe o adversário para o jogo e sofreu a igualdade quando era pior na partida. Na coletiva, Paiva atribuiu isso ao psicológico dos atletas e ressaltou que não pediu o recuo. O ponto alto é reconhecer que o gol de empate não abalou o time, mas despertou. A equipe então voltou para a partida, corrigiu a postura e teve chance de ganhar em lances com Adam Barreiro e José Herrera.

Velocidade das substituições 

Atletas de Fortaleza e Bahia disputam bola
Legenda: Matheus Pereira durante jogo do Fortaleza
Foto: Ismael Soares / SVM

O funcionamento do Fortaleza foi ruim na maior parte do 2º tempo. Renato Paiva não hesitou e, rapidamente, utilizou o banco de reservas. Aos 22, colocou logo três: Martínez, Mancuso e José Herrera. Aos 38, Adam Bareiro e Pikachu. Logo, todos os reforços ofensivos da janela terminaram em campo - incluindo o então titular Matheus Pereira. A resposta ao jogo foi a substituição, com escolhas até propositivas, o que pode ser um caminho e uma característica dessa comissão técnica.

Orientação tática

Na coletiva, Renato Paiva detalhou qual foi a principal orientação tática do Fortaleza na estreia dele.

"Eu posso dizer que os aproximei, juntei ao atacar e defender. É um conceito que eu tenho que quando a bola viaja, eles têm que viajar com a bola para estar todos juntos para atacarem juntos, para terem linhas de passe e aumentar a confiança com a posse de bola, não querer entrar logo em zonas onde não há condições de entrar na defesa adversária. Circular a bola, ter posses mais largas porque a confiança vai ganhando nisso, em dois ou cinco passes corretos, duas ou três ações técnicas boas, e nós tivemos hoje, foi claro. Não é a bola ir para ali, irem três jogadores e os outros sete ficarem atrás, não. Essa é a grande mudança que eu quero fazer e que já decidi que tenho que trabalhar: atacam juntos, quando subir a bola e tiver na área adversária, o meu goleiro deve ficar quase no meio-campo adversário, e defendem juntos. É aquilo que eu quero porque só juntos é que vamos sair desta situação, portanto isso foi aquilo que eu comecei já a ver um pouco, com mais articulações entre jogadores e mais linhas de passe. Portanto, essa foi a principal mudança que eu pedi, para além de uma parte estratégica de como se defender do Bahia, que funcionou melhor na primeira parte do que na segunda”.
Renato Paiva
Técnico do Fortaleza

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