Empresa cearense investe R$ 100 mi para alcançar produção de 2 milhões de ovos por dia
A cearense Atlântica Agroindustrial, do grupo SL, que também detém a marca Granja Regina, irá investir R$ 100 milhões nos próximos dois anos para expandir sua produção de ovos. Desse montante, R$ 50 milhões serão destinados especificamente ao Ceará.
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Com o investimento, a produção de ovos em Beberibe, no litoral cearense, deve passar de 700 mil para 900 mil unidades por dia. Consequentemente, o número de empregos aumentará de 110 para 130, segundo o presidente da companhia, Victor Lima.
A Atlântica também atua na criação de frangos de corte e na produção de suínos, cujos produtos são comercializados sob a marca Granja Regina.
A empresa, do Grupo SL — também responsável pela Pole Alimentos e pela Integral Mix —, conta com mais de 4 mil funcionários no Ceará e mantém três indústrias no Estado.
Dentre elas, destaca-se a de Beberibe, instalada em uma área de 400 hectares e que abriga cerca de 1 milhão de aves em gaiolas. Além disso, há outras duas unidades na região, voltadas à produção de ovos caipiras, com mais 1 milhão de galinhas criadas soltas.
A Atlântica Agroindustrial também possui operações nos estados do Piauí, Maranhão e Minas Gerais. Ao todo, nas áreas onde atua, a empresa produz 1,4 milhão de ovos por dia e 2.500 toneladas de frango, abastecendo principalmente os mercados do Ceará, Rio Grande do Norte, Piauí e Maranhão.
A meta estabelecida para o período de investimento é atingir uma produção diária de 2 milhões de ovos.
O grupo SL é composto pelas empresas Atlântica Agroindustrial, Pole Alimentos e Integral Mix. Dentre as marcas, estão Granja Regina, Merci, Gostosinha e Integral Mix.
Empresa aposta em modelo semelhante ao de franquia para granjas
Segundo Lima, a empresa também aposta na ampliação dos negócios por meio de parcerias. O modelo, conhecido como integração, funciona de forma semelhante a uma franquia.
A Atlântica é responsável por desenvolver todo o projeto da granja, com base em conceitos modernos que priorizam a automação e a biossegurança, incluindo a escolha do terreno, feita em conjunto com o investidor.
Em seguida, a empresa oferece toda a assistência técnica necessária, orientando a execução do projeto em cada etapa. A responsabilidade pela produção, porém, fica a cargo do parceiro investidor.
“Dentro desse modelo, fornecemos os pintinhos de um dia, a ração e o acompanhamento técnico. Quando os frangos atingem o peso ideal (cerca de 3 kg), fazemos o recolhimento e os direcionamos ao mercado, seja para o nosso próprio abatedouro ou para unidades parceiras responsáveis pelo abate”, explica Lima.
“Esse tipo de parceria é bastante comum na avicultura em outras regiões do país, mas ainda era pouco difundido no Ceará. No entanto, temos conseguido expandir esse modelo e já contamos com diversos parceiros locais”, completa.
O investimento necessário para montar uma granja gira em torno de R$ 40 por ave. Atualmente, um galpão com capacidade para 40 mil aves, que é o tamanho padrão, exige um investimento de aproximadamente R$ 1,6 milhão.
Segundo o executivo, 25% da produção no Ceará é realizada por meio do modelo de integração, enquanto o restante provém de granjas próprias. Atualmente, elas estão distribuídas em 10 cidades do Ceará: Beberibe, Caucaia, Paramoti, Pentecoste, Quixadá, São Gonçalo, Trairi, Mauriti, Milagres e Porteiras.
No Piauí, esse percentual sobe para 50%, e no Maranhão, toda a produção segue o modelo de integração.
Entenda como ocorre a produção de ovos
A unidade da Atlântica Agroindustrial em Beberibe adota um sistema inteiramente verticalizado, concentrando todas as etapas da cadeia produtiva em um único local. O processo tem início no núcleo de recria, onde os pintinhos chegam com apenas um dia de vida e permanecem por cerca de 18 semanas, período durante o qual passam por seu desenvolvimento inicial.
Em seguida, as aves são transferidas para o núcleo de produção, que abriga galpões equipados com sensores e câmeras para monitoramento contínuo das condições ambientais.
Após o início da postura, os ovos são automaticamente conduzidos ao setor de triagem por meio de esteiras metálicas. Nessa fase, todo o trabalho de classificação e embalagem também é realizado internamente.
Os ovos passam por uma inspeção, que identifica e descarta aqueles com danos ou imperfeições. Em seguida, são organizados por tamanho, o que garante agilidade no processamento e um controle de qualidade preciso.
A unidade é fiscalizada pelo Serviço de Inspeção Federal (SIF), garantindo a conformidade sanitária dos produtos destinados ao mercado consumidor.
Além da atividade principal, a empresa mantém uma estrutura complementar em área mais afastada, dedicada à produção de adubo orgânico. O esterco das aves é reaproveitado e submetido a um tratamento específico, adequado às demandas do setor agrícola.
Segundo a Atlântica Agroindustrial, a unidade conta com um isolamento geográfico estratégico para favorecer a biossegurança, reduzir impactos para as comunidades vizinhas e proporcionar condições ideais para uma operação eficiente e sustentável.