Cearense Belinho celebra participação em show de Belo: 'Vou levar para o resto da vida'

O encontro entre os dois aconteceu no último domingo (28) e marcou a história do cearense

Escrito por
Gabriel Bezerra* gabriel.bezerra@svm.com.br

Diretamente da comunidade do Campo do América, em Fortaleza, o artista Belinho da Silva tem alcançado inúmeras conquistas ao longo deste ano. A mais recente delas foi a apresentação ao lado de um de seus maiores ídolos, o cantor Belo, no show que aconteceu no domingo (28), no Marina Park. O pagodeiro, inclusive, inspirou o nome artístico do sambista cearense, que aprendeu a admirar o "ex-loiro" por conta dos CDs do Soweto que a mãe ouvia em casa.

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Ao descrever a experiência, Belinho afirma que foi um momento único e inesquecível. "Foi um daqueles momentos que vou levar para o resto da vida", explica. Embora já tenha se apresentado em vários palcos de grande porte, dividir o microfone com alguém de quem é fã desde a infância trouxe um sentimento especial: 

"Deu aquele frio na barriga gostoso, difícil de explicar, mas impossível de esquecer"
Belinho da Silva
Cantor

Em entrevista ao Diário do Nordeste, Belinho revelou que, se pudesse cantar mais uma música com Belo, escolheria "Estrela da Paz", gravada pelo Soweto em 1997.

Belinho, com blusa branca, e Belo, com blusa verde, abraçados no camarim do show
Legenda: Belo e Belinho já haviam se encontrado anteriormente, mas esta foi a primeira vez que cantaram juntos.
Foto: Foto: Instagram/belinhodasilva1

Belo e Belinho já haviam se encontrado anteriormente, mas esta foi a primeira vez que cantaram juntos. Imagina encontrar seu ídolo e ter que "fingir costume"? O sambista conta que prepara o psicológico e tenta não focar em todas as dificuldades que enfrentou para chegar até ali. No entanto, foram justamente esses momentos que o permitiram reivindicar os holofotes, que muitas vezes não chegam às comunidades de Fortaleza. 

Sonhos 

O cantor, que faz questão de projetar a voz da comunidade onde cresceu, comenta que viveu altos e baixos no Campo do América. Ele confessa que chegou a trilhar caminhos "não tão legais", mas que o samba de sua favela o salvou. Os holofotes que hoje o rodeiam, de certa forma, fazem com que os flashes também cheguem à sua comunidade de origem.

O sambista relata que sonha, talvez até demais, em cantar com um mestre, um ícone e símbolo máximo do gênero. "Seria sonhar muito cantar com o Zeca Pagodinho?", brincou o artista". 

Para 2026, o desejo é claro: "Focar mais ainda nos sambas autorais". O objetivo é levar o samba cearense para um patamar nacional, mantendo o compromisso fundamental de inspirar pelo exemplo e fazer com que sua trajetória se some a tantas outras histórias de superação.

Estagiário sob supervisão da esitora Aline Conde*