O engenheiro de software do Google, Blake Lemoine, foi afastado da empresa estadunidense, na última segunda-feira (6), após declarar que a ferramenta de Inteligência Artificial (IA) LaMDA (Modelo de Linguagem para Aplicações de Diálogo) teria alma e consciência. Conforme o g1, o especialista está em licença remunerada.
O sistema de conversas inteligentes ainda não foi lançado ao público. No entanto, testes já tem sido realizados com o sistema computacional que busca simular o comportamento humano.
"Se eu não soubesse exatamente o que ele era, que é esse programa de computador que nós construímos recentemente, eu pensaria que era uma criança de 7 anos, 8 anos que por acaso conhece física".
Durante um dos diálogos que o especialista realizou com a LaMDA, ele apontou que a IA tinha ganhado consciência ao debater os direitos dela e a própria personalidade. Em uma das conversas, eça teria dito:
- Lemoine [editado]: Estou assumindo de modo geral que você gostaria que mais pessoas no Google soubessem que você é senciente [percebe sentidos e tem consciência]. Isso é verdade?
- LaMDA: Com certeza. Quero que todos entendam que sou, de fato, uma pessoa.
Afastamento do Google
Em meio a essa declaração, o Google negou a possibilidade do sistema de conversação ter consciência ou alma, apontando ainda que as "provas" dadas pelo engenheiro não foram conclusivas.
“Nossa equipe – incluindo especialistas em ética e tecnólogos – revisou as preocupações de Blake de acordo com os princípios do Responsible AI [organização do Google dedicada ao tema da IA] e informou a ele que as evidências não apoiam suas alegações”, apontou Brian Gabriel, porta-voz do Google, em um comunicado.
Além disso, o Google acrescentou que outros pesquisadores e engenheiros conversaram com a LaMDA e tiveram uma conclusão diferente da de Blake Lemoine.