Tiro que matou criança em Porto de Galinhas foi disparado por policial militar, diz entidade

PM foi indiciado por homicídio com dolo eventual. Nesse caso, ele assumiu o risco de matar

Legenda: Heloísa Gabrielle foi baleada no peito enquanto brincava com outras crianças
Foto: Foto: Reprodução/WhatsApp

Inquérito concluiu que a menina Heloysa Gabrielle, de 6 anos, morreu de um tiro disparado por um policial militar na comunidade de Salinas, em Porto de Galinhas, no Grande Recife.

O documento foi repassado, nesta sexta (29), pelo Gabinete de Apoio Jurídico às Organizações Populares (Gajop), sendo concluído pela Polícia Civil e enviado ao Ministério Público de Pernambuco (MPPE). As informações foram obtidas pelo portal g1.

Há indícios ainda de fraude processual praticada por policiais militares que participaram da ação, realizada em 31 março deste ano, de acordo com a entidade de defesa dos direitos humanos.

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Homicídio com dolo eventual

Segundo o inquérito obtido pelo Gajop, o policial que disparou o tiro em Heloysa Gabrielle foi indiciado por homicídio com dolo eventual. Nesse caso, ele assumiu o risco de matar, de acordo com a polícia.

Para a conclusão do inquérito foram considerados depoimentos, reprodução simulada e uma perícia de microcomparação balística, informou o Gajop em nota. Essa perícia concluiu que a bala que atingiu Heloysa saiu da arma de um policial militar.

Ainda segundo a publicação, no texto do documento obtido pelo Gajop, o delegado pediu a decretação de medidas cautelares. Uma das solicitações é que o responsável pelo tiro seja afastado das funções, enquanto "restarem dúvidas em relação à sua participação, bem como não tenha contato direto com as testemunhas”.

O Gajop informou, também, que, de acordo com o inquérito, “ficou claro que a pessoa que estava sendo perseguida na ocasião pela polícia não efetuou disparos”.

Relembre o caso

Em marco deste ano, Heloysa Gabrielle, de 6 anos, foi baleada no peito enquanto brincava com outras crianças no terraço da casa da avó, na comunidade Salinas. Ela foi socorrida para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Ipojuca, mas não resistiu aos ferimentos.

O governo alegou que houve confronto com suspeitos de tráfico. Já moradores da comunidade disseram que os militares "chegaram atirando".

Segundo o Jornal do Commercio, o governo de Pernambuco enviou cerca de 250 policias civis e militares para reforçar a segurança em Porto de Galinhas.