Pai de Henry Borel critica soltura de Monique Medeiros: 'mataram meu filho mais uma vez'

Leniel Borel de Almeida disse que irá recorrer e afirmou estar inconformado com o despacho do ministro João Otávio de Noronha

Escrito por Redação ,
Legenda: "Mataram mais uma vez o meu filho", disse o pai de Henry Boreal. "É muito triste como pai lutar todo dia contra um sistema que beneficia o assassino em vez da vítima", lamentou Leniel Borel de Almeida
Foto: Reprodução/Redes sociais

Após a revogação da prisão preventiva de Monique Medeiros, ré pelo homicídio do filho, Henry Borel, o pai do garoto, Leniel Borel de Almeida, disse que irá recorrer da decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ).

Em entrevista ao O Globo, Leniel afirmou estar "inconformado" com o despacho do ministro João Otávio de Noronha que permite à Monique responder em liberdade até o julgamento.

"Mataram mais uma vez o meu filho", disse o pai de Henry Boreal. "É muito triste como pai lutar todo dia contra um sistema que beneficia o assassino em vez da vítima", lamentou.

O pedido de revogação da prisão preventiva de Monique Medeiros foi deferido pelo ministro na tarde dessa sexta-feira (26). O ex-namorado dela, médico e ex-vereador Jairo Souza Santos Júnior, o Jairinho, permanece preso pelos crimes.

Conforme o despacho de João Otávio de Noronha, a juíza Elizabeth Machado Louro, do II Tribunal do Júri, determinou a substituição da prisão preventiva de Monique pelo monitoramento eletrônico.

Posteriormente foi interposoto recurso em sentido estrito pelo promotor Fábio Vieira contra a decisão.

Em seguida, desembargadores da 7ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio deram provimento ao recurso, restabelecendo a prisão de Monique.

O ministro afirmou que a defesa de Monique entrou com habeas corpus requerendo que a prisão fosse declarada ilegal, sendo ela transferida do Complexo Gericinó, em Bangu, no Rio, para unidade prisional do Corpo de Bombeiros ou da Polícia Militar, ou ainda substituída a privação de liberdade por medidas cautelares alternativas.

Ainda de acordo com o despacho, o Superior Trbiunal de Justiça possui uma jurisprudência de não decretar prisão preventiva baseando-se apenas "na gravidade genérica do delito, no clamor público, na comoção social, sem a descrição de circunstâncias concretas que justifiquem a medida".

ENTENDA O CASO HENRY

Henry Borel morreu no dia 8 de março de 2021. De acordo com a denúncia do Ministério Público do Rio, ele foi vítima de torturas realizadas pelo ex-vereador Dr. Jairinho e pela mãe do menino, a professora Monique Medeiros da Costa e Silva.

Henry passou o fim de semana com o pai, Leniel Borel de Almeida, e, na noite anterior à morte, no dia 7, foi deixado na casa da mãe. A criança sofreu, pelo menos, 23 lesões por 'ação violenta' no dia de sua morte, segundo laudo divulgado.