Na última semana foi anunciada a descoberta de um cometa, que é considerado o maior já registrado nos limites do sistema solar. A conquista foi de dois pesquisadores da Universidade da Pensilvânia, nos Estados Unidos, o brasileiro Pedro Bernardinelli e seu orientador, o americano, Gary Bernstein. A descoberta possibilitará o estudo da evolução do cometa enquanto ele se aproxima do sol.
O corpo celeste, registrado como C/2014 UN271, que pode ser até 1.000 vezes maior do que um cometa comum, e ser o maior registrado na história recente do sistema solar, foi oficialmente apontado como cometa no último dia 23 de junho e batizado como Bernardinelli-Bernstein, em homenagem aos dois pesquisadores que o descobriram.
O brasileiro e seu orientador encontraram o corpo celeste entre dados coletados pela Câmera de Energia Escura, estruturada no Observatório Interamericano Cerro Tololo, no Chile. Os astrônomos estimam que o mega cometa tenha de 100 a 200 quilômetros de diâmetro, a estimativa do tamanho foi baseada na quantidade de luz do sol refletida pelo cometa.
"Temos o privilégio de ter descoberto talvez o maior cometa já visto, ou ao menos maior do que qualquer um que já tenha sido bem estudado, e de tê-lo pegado cedo o suficiente para que as pessoas assistam ao desenvolvimento dele conforme se aproxima e esquenta", disse Gary Bernstein em um comunicado emitido pelo Laboratório Nacional de Pesquisa Astronômica Óptica Infravermelha (NoirLab), dos Estados Unidos.
Mais próximo em 2031
O cometa com origem na periferia do sistema solar, não visita o sistema em mais de 3 milhões de anos, e a estimativa é que ele chegará ao seu ponto mais próximo do Sol em 2031, quando estará, aproximadamente, a distância de Saturno do Sol. Em junho, deste ano, ele estava a 3 bilhões de quilômetros de distância do Sol, o equivalente à distância de Urano.
Já quanto a distância do cometa com a Terra, os pesquisadores afirmam que não precisa de preocupação, pois a menor distância entre eles foi estimada em 11 unidades astronômicas, que corresponde a distância média entre a Terra e o Sol.
O brasileiro que participa dessa descoberta, e terminou seu doutorado recentemente nos EUA, destaca que o cometa será acompanhado pela comunidade astronômica para entender a sua origem e composição. E que o Noirab , “medirá continuamente o Cometa Bernardinelli-Bernstein até o seu periélio em 2031, e provavelmente encontrará muitos, muitos outros como ele” finaliza.