Segurança particular

Não basta saber manusear uma arma para atuar como segurança particular. O trabalho vai além e requer um extenso preparo. Saiba mais sobre o serviço a seguir.

Proteger os clientes de qualquer ameaça à segurança. Essa é a função do segurança pessoal privado. Para esse profissional, não basta portar uma arma para que a segurança esteja garantida. O trabalho vai além e requer um extenso preparo. 

Formação complexa

Tanto a calma de um monge como a agressividade de um tigre são necessárias para o trabalho do segurança pessoal privado. Como explica Roberto Vieira, Coordenador e Analista de Segurança, da Corpvs Segurança, o profissional precisa ter amplas habilidades físicas e emocionais para executar sua função. “É um tipo laboral extremamente difícil de se executar. Muitos imaginam que simplesmente ter um homem de corpanzil avantajado portando uma arma já terá resolvido o problema. Ledo engano. O serviço de segurança pessoal privado é cheio de particularidades, que exigem habilidades específicas do profissional selecionado, desde a etiqueta social, passando por primeiros socorros, direção evasiva, defesa pessoal e várias outras práticas, até chegar ao manuseio de armamento e tiro”, explica Roberto Vieira.

Para atuar, o profissional precisa ter a formação de Vigilante e Extensão em Segurança Pessoal, cursos feitos em escolas de formação de vigilantes que são autorizadas pelo Departamento de Polícia Federal (DPF), órgão responsável pelo controle e pela fiscalização de todo o segmento privado de segurança. “As empresas fazem uma rigorosa seleção dentro de seus quadros e promovem aqueles que melhor se adaptam à função, pois muitos querem, mas nem todos se adequam”, ressalta o analista.

O serviço do segurança depende do acerto contratual e da necessidade do cliente, sendo considerados o nível de risco, o número de homens necessários, de veículos e o suporte operacional. Ao solicitar o serviço, os clientes informam o perfil desejado e a empresa indica o profissional que poderá atender. “Sempre solicitam pessoas com bons modos, discretos, íntegros, que sejam de confiança, mas esses são os principais atributos que as empresas buscam dentro de seus quadros. Geralmente, esses profissionais são recrutados internamente, muitos com boa experiência e tempo de serviço na própria empresa, já conhecidos por sua destreza e comprometimento com o serviço”, diz o analista. “Mas salientamos que o cliente só dá o indicativo. A empresa faz a leitura do perfil do cliente, durante a fase de entrevista com o próprio. Analisamos o verdadeiro grau de risco e fazemos a indicação do profissional que melhor se encaixa com ele”, completa.

Perfil do cliente

Em geral, quem contrata o serviço são empresários, executivos, visitantes estrangeiros, celebridades e autoridades. Mas além desses perfis, há procuras pontuais pelo serviço. “Em algumas situações pontuais, o serviço pode ser prestado dentro do que nós chamamos de baixo nível de segurança, em que não é necessário um aparato maior. Às vezes, o cliente necessita apenas de um bom e experiente segurança pessoal privado para fazer a condução de seu veículo com segurança por nossas vias”, afirma Roberto Vieira.

Egresso das Forças Armadas e profissional de segurança desde 1999, Roberto Vieira indica o que fazer antes de contratar o serviço. “O ponto crucial está na empresa contratada. Faça uma busca e veja se possui estabilidade no mercado, quanto tempo de operação, quem são seus clientes, se cumpre com suas responsabilidades trabalhistas para com seus colaboradores. Peça referência do profissional indicado, pois esse nicho de mercado é pequeno e geralmente os profissionais ativos sempre têm informações uns dos outros. O mundo da segurança pessoal é pequeno e restrito, e muitos aventureiros aparecem, mas não resistem à primeira crise”, observa.

Para o profissional, o trabalho não é fácil, mas compensador. “Já protegemos crianças, idosos, jovens, políticos, empresários, autoridades, celebridades, pessoas ameaçadas de morte, com cargas horárias sem fim, noites viradas longe do berço familiar, risco iminente, perigo constante, mas digo sem pestanejar: faríamos tudo de novo, pois não existe nada mais satisfatório para um segurança pessoal privado do que, ao término do serviço, o protegido estender a mão e dizer ‘muito obrigado’ e em seguida passarmos a comunicação para nossa central de controle comunicando ‘VIP guardado e seguro’”, conclui.