Tradutor freelancer

Saiba mais sobre essa carreira a seguir.

Foto: Banco de imagens

Todos os dias, em todas as partes do globo, pessoas precisam traduzir documentos, jogos, mensagens empresariais e uma infinidade de textos, livros, dentre outras palavras. E o mercado, tanto de tradução quanto de interpretação, só cresce, afirma o tradutor Juliano Timbó Martins, de 40 anos. “E a tendência é continuar crescendo. É um mercado em expansão e ainda cabem muito mais profissionais. Apesar de a tradução automática estar acontecendo e ficando mais forte, a tradução humana também está sendo muito demandada, e cada vez mais”, informa Juliano Martins, que largou o trabalho no Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro) para se dedicar à tradução.

No caso de Juliano Martins, a maior parte do trabalho acontece via internet. Ele conta que a comunicação é quase sempre feita por e-mail. “Os clientes me enviam uma mensagem perguntando se estou disponível para traduzir um certo número de palavras para um determinado prazo. Eu digo que sim ou que não. Pode haver uma negociação da tarifa de tradução ou do prazo, e depois começo o trabalho”, explica o profissional.

Normalmente, acrescenta, as mensagens são trocadas em inglês, mesmo que ele esteja trabalhando num projeto de francês para português para uma agência chinesa, por exemplo. “Realmente, a língua franca é o inglês. E, claro, se você não for tradutor de inglês ou o cliente não for de um país de língua inglesa, o nível básico ou intermediário é suficiente para ter uma comunicação compreensível por ambas as partes”, sinaliza o tradutor.

Segundo Juliano, cada cliente paga uma tarifa de tradução diferente, com os preços variando de país para país. “A grande maioria dos meus pagamentos é feita em dólar ou euro. Depois de concluído o trabalho, envio uma fatura, que basicamente é um arquivo de texto especificando os detalhes do serviço: número de palavras, tarifa por palavra, se é uma tradução ou revisão, o prazo etc. E depois de um mês o cliente me paga. Tem trabalhos de todos os tamanhos, desde trabalhos que custam apenas alguns centavos até aqueles que custam milhares de euros”, descreve o profissional. No caso dele, os clientes enviam os pagamentos por transferência bancária ou Paypal. “Não há burocracia nenhuma. É tudo muito tranquilo”, pontua o tradutor.

Capacitação
Às pessoas que querem se tornar tradutores, Juliano Martins diz que há muitos cursos disponíveis, tanto a distância – cursos online, por exemplo, de universidades – como cursos livres de escolas, em várias cidades do Brasil.

Outra forma de conhecer o mercado, acrescenta, é participando de congressos de tradução. Alguns congressos citados por Juliano que estão acontecendo no Brasil são o da Associação Brasileira de Tradutores e Intérpretes (Abrates); o Tradusa, que é um evento de tradutores da área médica, e o Simpósio Profissão Tradutor, conhecido como Proft.

“Tem muitos eventos em que você pode conhecer o mercado, assistir a palestras, conhecer a experiência de outras pessoas. Também fazer parte de uma associação, como a Associação Brasileira, e você tem alguns programas de mentoria, nos quais tradutores mais experientes ensinam o caminho das pedras aos tradutores mais novos”, sugere Juliano Martins.

Legenda: Juliano Timbó Martins
Foto: Divulgação

Além de tudo isso, ele recomenda que o tradutor leia bastante nos idiomas em que trabalha, tanto no idioma nativo, quanto no estrangeiro. “Muita leitura também é uma forma de se capacitar. Tem livros específicos para a área de tradução, que você pode ler e se informar sobre o assunto. Mas, realmente, é importante ser uma pessoa bem eclética e gostar de se informar dos assuntos por meio de jornais, revistas, livros e materiais diversos”, indica o veterano.

Como começar
Para Juliano Martins, o site Proz é uma excelente porta de entrada. Trata-se de um grande portal no qual agências de tradução do mundo inteiro procuram profissionais para traduzir as mais diversas coisas nos seus idiomas, frisa. “Você pode ter clientes do mundo todo. Eu mesmo tenho clientes da China, da Espanha, da Rússia, da América do Sul, dos Estados Unidos, do Canadá e até da Oceania, para quem trabalho principalmente de inglês para português, mas eles contratam para qualquer par de idiomas. Foi lá [no Proz] que eu comecei”, salienta.


Tipos de tradução
Existem muitos tipos de tradução. Todo tipo de material que você possa imaginar é traduzido. Por exemplo, o que eu mais traduzo são jogos de computador, de videogame. Também traduzo muitos contratos de serviços ou de ofertas de produtos, manuais técnicos de equipamentos variados – como fones de ouvido para call centers. Também traduzo bastante documentação, certidão de nascimento, divórcio, casamento e afins. E também comunicação interna, entre funcionários de uma empresa, mensagem do presidente aos funcionários ou então anúncios de lançamento de algum produto. Também material de computação, programas, lançamento de alguma versão de um novo sistema, de alguma plataforma. Realmente é muito variado.

Além disso, ainda tem a tradução literária, de livros, a tradução audiovisual, de filmes e documentários; tradução de revistas em quadrinhos. Há realmente uma infinidade de serviços que podem ser feitos por um tradutor. Legendagem, tradução para dublagem... muitos tipos de traduções são possíveis.

Fonte: Juliano Timbó Martins, tradutor há 11 anos.