Habilidades que serão requisitadas por recrutadores após a pandemia
Autoconhecimento, empatia, autogestão e consciência organizacional podem abrir portas para os candidatos nos processos seletivos.
Se antes da pandemia do Covid-19 os recrutadores já estavam de olho nas habilidades comportamentais como diferencial dos candidatos, no pós-pandemia elas serão ainda mais apreciadas. Autoconhecimento, empatia, autogestão e consciência organizacional são algumas delas. Questões emocionais também serão medidas com maior força e isso poderá ser percebido durante as entrevistas para analisar a compatibilidade do candidato com as expectativas organizacionais da empresa.
“Sem dúvida as habilidades comportamentais terão um peso ainda maior, uma vez que a pandemia vigente fez com que as empresas passassem a se adaptar para uma nova realidade de mercado”, afirma Rodolfo Pagano, gerente da consultoria Michael Page para o mercado do Nordeste. Para o executivo, capacidade de adaptação e aprendizado serão decisivas para o novo momento das corporações. “A forma com a qual o profissional demonstra lidar com situações novas ou de instabilidade também diz muito sobre o quão apto está para assumir determinadas funções e o quanto poderá contribuir para o objetivo e a missão do local em que irá trabalhar”, avalia.
Para Rodolfo Pagano, as habilidades comportamentais serão decisivas para candidatos de todos os níveis de cargo, mas, para os gestores, ainda mais, especialmente no contexto de mudança. “A liderança terá um papel fundamental em identificar quais rotinas do time serão mantidas, onde existe oportunidade de melhoria e, principalmente, monitorar a nova realidade e garantir que sua área está impactando positivamente o resultado da organização”, argumenta.
Recrutamento
Com o distanciamento social, as videoconferências rapidamente se tornaram a principal ferramenta dos recrutadores para realização de entrevistas. “Embora não substitua totalmente as entrevistas presenciais, apesar de oferecer boa qualidade de imagem e som, as entrevistas remotas permitem ao gestor conhecer mais pessoas e conduzir o recrutamento com maior agilidade”, afirma Rodolfo Pagano.
Mesmo de forma remota, é possível avaliar requisitos comportamentais que farão a diferença para os candidatos selecionados. “Para avaliar se os candidatos têm os requisitos comportamentais capazes de suprir as necessidades das empresas, além das entrevistas admissionais - por meio das quais os recrutadores poderão observar, seja por expressões corporais ou conversas, as habilidades já desenvolvidas - também deve-se levar em conta questões como experiências profissionais anteriores, com quais líderes e gestores já trabalhou e qual a cultura organizacional das corporações das quais já fez parte”, afirma o consultor.
Especialistas acreditam que experiências mais generalistas, com passagens por diferentes mercados, também podem contribuir na velocidade de adaptação do profissional. “Colaboradores que, além de exercerem sua atividade na organização, tiveram oportunidade de participar de projetos envolvendo outras áreas, processos de fusão e reestruturações de negócios, por exemplo, serão muito valorizados”, considera Rodolfo Pagano.