Estudar para concursos exige concentração

Especialista também orienta sobre planejamento e como ter foco nos estudos.

Legenda: A alternância entre o pensamento focado e o pensamento difuso faz o cérebro pensar nas questões a serem resolvidas enquanto se concentra em outros tópicos.
Foto: Foto: Banco de Imagens

A concentração é a chave para qualquer iniciativa que se possa tomar na vida, principalmente na hora de se preparar e prestar um concurso público. Manter-se focado em uma atividade pode ser muito complicado para algumas pessoas, por isso ter a orientação de especialistas, com dicas e observações práticas, pode fazer a diferença e ajudar nesse momento tão relevante.

Mas existem dois elementos adicionais que são vitais para os concurseiros de plantão: o planejamento e o método de aprendizado. Conseguindo unir tudo isso com a determinação para estudar, as chances de ser bem-sucedido aumentam bastante.

Para detalhar esses itens, confira as orientações de André Naberezny, aprovado em mais de 10 concursos públicos. Além de analista judiciário do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará (TJCE), na função de arquiteto, ele é mentor para concursos (@voceaprovadoja) e trabalha na Escola Superior da Magistratura Cearense (Esmec) e na Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados (Enfam).

Legenda: Existem dois elementos vitais para os concurseiros de plantão: o planejamento e o método de aprendizado.
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Foco
Você já se pegou na seguinte situação: começa a ler uma apostila ou um livro e depois de determinado tempo se pega pensando na "morte da bezerra"? Não se culpe por isso, pois acontece com todo mundo. “Isso se dá porque quando nós lemos passivamente um conteúdo, o cérebro, entre outras coisas, não sabe o que está procurando e fica vagando de pensamento em pensamento até achar algo que para ele é importante se concentrar, como a lista do supermercado da semana, os compromissos que precisa realizar, aquela consulta que você tem que marcar etc.”, descreve Naberezny.

Outra coisa que André Naberezny aprendeu a desenvolver foi a alternância entre o pensamento focado e o pensamento difuso, uma estratégia que faz com que o cérebro continue pensando nas questões a serem resolvidas enquanto se concentra em outros tópicos do estudo. “Isso potencializa em muito nosso aprendizado, nossa compreensão e, consequentemente, a retenção do conteúdo aprendido”, relata. 

Portanto, aprender como a mente funciona e como os pensamentos podem ser os nossos maiores aliados e também os nossos maiores sabotadores faz a diferença nesse processo. “Aprender tudo isso é fundamental para desenvolver um conjunto de competências cognitivas e emocionais, gerenciar ansiedade, foco, tristeza, desânimo, medo, raiva e lidar com os desafios dessa jornada”, complementa o mentor para concursos.

Planejamento
Já que o conteúdo a ser estudado para concursos públicos é muito extenso, planejar o que será visto é vital para o andamento da preparação. Mas não basta planejar apenas o que será estudado, mas quanto e quando. Por isso, é altamente recomendável distribuir o estudo ao longo da semana. “Depois de você mapear em que realmente vai se concentrar pelo menos em 80% de seu tempo de estudo, você deve mapear a sua semana para entender, desde a hora que você acorda até a hora que você vai dormir, o que é que você faz no seu dia a dia para poder encaixar toda e qualquer hora de estudo, eliminar as atividades que você pode deixar de fazer, delegar ou adiar para depois do concurso”, orienta.

Para isso, André recomenda a utilização da Matriz de Eisenhower (veja mais detalhes ao lado), que ele utiliza nos treinamentos e processos de mentoria para seus alunos. “Depois que você mapeia a sua semana, acaba descobrindo que tem muito mais horas de estudo do que achava. É algo que faz bastante diferença”, ressalta.

Outro ponto importante é entender qual é o seu sistema de aprendizado, ou seja, se você é um aluno mais visual, mais cinestésico ou mais auditivo. “Isso faz toda a diferença para cada aluno, porque obviamente chega um ponto que aprendemos de maneira particular. O método de aprendizado que serve para uns não necessariamente se aplica a todos”, conta André Naberezny.

Saiba mais

Matriz de Eisenhower (acima)
Essa ferramenta tem como finalidade a organização da rotina, aprendendo a priorizar as tarefas de acordo com o grau de importância e a urgência, com base em um quadrante fragmentado em dois eixos (vertical e horizontal). Em cada um deles, o estudante vai assinalar as tarefas a serem feitas, conforme sua relevância:
. tarefas importantes e urgentes no primeiro quadrante superior;
. tarefas importantes, mas não urgentes, no segundo quadrante superior;
. tarefas não importantes, mas urgentes, no primeiro quadrante inferior;
. tarefas não importantes e nem urgentes, no segundo quadrante inferior.