Entrevista de emprego: como se preparar?
Especialista dá dicas sobre uma das etapas mais esperadas do processo de seleção.
Uma das etapas mais esperadas do processo de seleção, a entrevista de emprego é decisiva para conquistar uma vaga. Não se preparar para este momento pode custar o tão sonhado emprego, mas essa preparação não começa quando o recrutador liga convidando. “A preparação para uma entrevista de emprego começa bem antes de você se candidatar a uma vaga”, ressalta a psicóloga Sarah Cavalcante, Mestre em Psicologia e Gerente de Atração e Seleção na Solar Cola-Cola. “Assim como escolhemos os produtos que queremos consumir, precisamos escolher bem as empresas nas quais queremos trabalhar. Por isso, é importante acessar o site da empresa e as redes sociais, pois, por meio desses canais, você já conhece o jeito de ser da companhia. Se conhecer alguém que trabalhe lá, melhor ainda, pois os funcionários são os verdadeiros embaixadores da organização”, indica a psicóloga.
Perguntas e respostas
Como pontua Sarah Cavalcante, as práticas de seleção estão ficando mais humanizadas nas grandes empresas. Isso significa que a entrevista não vai apenas ter espaço para perguntas convencionais relacionadas à jornada profissional, mas também as questões de natureza comportamental. “Para essas, não há respostas certas e erradas, e sim, a forma como o candidato se percebe e se comporta no dia a dia. O autoconhecimento é uma forma de se preparar para qualquer entrevista. Logicamente, para as posições mais seniores, espera-se que os candidatos respondam questões relacionados ao negócio”, acrescenta Sarah Cavalcante.
Na entrevista de emprego, o recrutador não é o único que pode fazer perguntas. O candidato pode e deve perguntar, procurar conhecer a empresa, os desafios da posição e a equipe de trabalho. “Uma seleção é uma via de mão dupla, em que a empresa precisa escolher o candidato e este, por sua vez, precisa escolher a empresa. Para isso, é importante que o recrutador disponibilize um tempo para que o candidato também faça perguntas. A dica é ser cordial na forma de perguntar, para não ser invasivo”, orienta a recrutadora.
Cordialidade e discrição é o que se espera da parte dos recrutadores, mas se alguma pergunta parecer constrangedora, o candidato pode ser honesto. “O entrevistador é treinado para não fazer perguntas constrangedoras ou que coloquem o candidato numa saia justa, mas se isso acontecer, a dica é ser verdadeiro, dizendo que não se sente à vontade para responder à pergunta, ou mesmo pedindo para que o entrevistador a faça novamente. Assim, a pessoa terá a oportunidade de ajustar o discurso”, ensina a psicóloga.
Depois da entrevista
Geralmente, depois da entrevista, o candidato sente se o diálogo fluiu bem ou não. Mas se achar que não foi tão bem e quiser completar algum ponto, isso é possível. “Uma entrevista é sempre um recorte e não busca abarcar o candidato na sua completude. Se o candidato sentiu que não foi muito bem naquele dia, e ele tem o contato do entrevistador, pode, sim, mandar uma nota esclarecendo algum ponto relevante. As grandes empresas trabalham com mais de uma entrevista para calibrar entre os entrevistadores a performance do candidato, exatamente para diminuir inconsistências ou situações como essa”, explica.
Outra dica da recrutadora é perguntar quando será dado o feedback sobre a entrevista. Dessa forma, o candidato alinha as suas expectativas e, de uma forma sutil, já mostra para o entrevistador o seu interesse em ter esse momento.
Erros mais comuns
Não se preparar para o momento de entrevista é um dos principais erros do candidato, mas outras gafes entram na lista dos recrutadores, como chegar atrasado, não verificar a conexão da internet (para entrevistas à distância), não buscar informações básicas sobre a empresa e a vaga e omitir fatos importantes da carreira. Um dos erros mais graves é falar mal de uma empresa ou de pessoas com quem trabalhou. “Já tive candidatos que passaram por todo o processo de seleção, e na última entrevista, como já estava mais confortável no processo, resolveu falar detalhes sobre uma situação da empresa na qual trabalhava e decidimos não contratar, pois entendemos que ele faltou com a ética”, conta Sarah Cavalcante.
A recomendação vale para o ambiente virtual. “Vejo muita gente se expondo nas redes sociais, criticando as empresas, os recrutadores, os líderes e os colegas de trabalho. Nesse ambiente conectado, a sua reputação vale muito, então, se você quer dar um feedback para uma pessoa ou empresa, faça isso no privado, pois você não sabe por quanto tempo aquela informação ficará ali e como será interpretada fora de um contexto”, observa.
Dica de ouro
“O recrutador tem a missão de facilitar o processo de seleção para os candidatos. Ele não está ali para fazer perguntas do tipo ‘pegadinhas’, e sim, buscar o que há de melhor no candidato e seus pontos de oportunidade. Não existe o candidato perfeito, então a melhor dica que eu posso dar para quem está buscando uma oportunidade no mercado é: seja você mesmo nas entrevistas, mantenha relacionamento positivo com os profissionais das empresas anteriores, leia e fique antenado com as tendências do mercado e da sua área. Se fizer isso, o recrutador vai observar que você tem feito a sua parte e terá o maior prazer de te recomendar para evoluir nas próximas etapas”. Sarah Cavalcante, Mestre em Psicologia e Gerente de Atração e Seleção na Solar Cola-Cola