Um ministro da Justiça tentou impedir eleitores e eleitoras do Nordeste de votar no segundo turno das eleições de 2022. O nome dele é Anderson Torres. O chefe, durante a operação eleitoral, atendia pelo batismo de Jair Bolsonaro, o concorrente de Lula na peleja das urnas. Torres fez a armação criminosa com ajuda da Polícia Federal e Polícia Rodoviária Federal, conforme relata o jornal “O Globo”.
Faço coberturas de eleições desde 1989, quando reconquistamos o direito a escolher o presidente da República, e nunca vi uma arapuca desse tamanho e com essa gravidade. O plano foi colocado em ação nas estradas, com viaturas policiais atravancando o caminho de eleitores da Bahia e de Pernambuco. Tudo de acordo com o roteiro traçado em Brasília.
A armadilha fez um efeito brabo até a turma do TSE, sob o comando do ministro Alexandre de Moraes, receber a denúncia durante a votação do segundo turno. A trama maquiavélica entra para a história e amplia o papel de Anderson Torres como vilão do bolsonarismo contra a Democracia.
Preso por causa dos atos terroristas do dia 8 de janeiro, o ex-ministro da Justiça guarda os maiores segredos das tentativas de golpe desde a vitória da frente ampla de Lula e Alckmin. É o homem que sabia demais (filme clássico de 1956), para lembrar o suspense cinematográfico do diretor Alfred Hitchcock. Recomenda-se, a esse tipo de personagem, toda a segurança possível.
Há quem acredite em uma delação premiada de Anderson Torres. Duvido. Sempre pareceu um fiel e religioso cão de guarda do ex-presidente. Até o seu celular foi “perdido” em Orlando, nos EUA, onde se encontrava de “férias” no comecinho deste 2023. A PF não conseguiu recuperar os dados do aparelho — ah se essa nuvem falasse! Certamente teríamos uma tempestade nos céus do Planalto central do país.
*Esse texto reflete, exclusivamente, a opinião do autor.
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