No mesmo dia em que o presidente Jair Bolsonaro teve a garantia de um futuro folgado, com uma renda de pelo menos R$ 80 mil por mês depois que dizer adeus ao Palácio do Planalto, os aposentados brasileiros receberam uma notícia de agoniar o juízo.
Depois da gastança para tentar reeleger o capitão, o governo anunciou a possível falta de grana até para pagar os benefícios do INSS.
Podem ser atingidos, por ironia da história, inclusive uma grande parte dos defensores do presidente que seguem rezando pelo golpe militar na frente dos quartéis das Forças Armadas. Oxalá, depois do cenário de calamidade do país, repensem o apoio incondicional e ilegal ao “mito” derrotado nas urnas.
Como o político vai alcançar a sua bonança? Vamos às contas. O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), concedeu esta semana uma aposentadoria de R$ 30 mil a Bolsonaro pelo tempo de atuação como deputado federal.
Some-se a esse valor, repare, mais R$ 11.945,49 dos benefícios do Exército. Temos aí quase R$ 42 mil. Quem vai inteirar o restante, para chegar nos R$ 80 mil, é o PL de Valdemar Costa Neto, com recursos públicos do fundo partidário.
O risco de não pagar os aposentados é o mais cruel do fim da feira bolsonarista. O cenário de terra arrasada, no entanto, atinge outras áreas.
As universidades e institutos federais chegarão ao final do ano sem dinheiro para as despesas de manutenção. Na saúde, o desastre também é de assombrar, sob o perigo de falta dos remédios mais básicos na rede pública.
A gastança no vale-tudo da campanha eleitoral deixou buracos orçamentários para todos os lados. Quem ainda insiste em defender o presidente, nas estradas e quartéis, se prepare para os relatórios catastróficos.
Talvez não tenha valido a pena tomar tanta chuva ao relento enquanto a família Bolsonaro aproveita a festa da Copa — inclusive nas mil e uma noites dos camarotes VIPs das Arábias.
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