Pensar que a Galinha Pintadinha — sem precisar do galo Carijó — fez mais pela campanha de vacinação das crianças do que muitas autoridades do Ministério da Saúde e do Palácio do Planalto. Pois é. Desde que viu a propaganda do governo de São Paulo, entre um vídeo e outro no Youtube, Irene virou uma militante precoce pela imunização da sua turma. Meio cearense e meio polaca, com um pé no Crato e outro na Cracóvia, ela se vacinará na próxima semana. Ufa. É o começo do alívio deste avohai (avô e pai) que se desespera a cada notícia sobre o número de crianças internadas no Brasil inteiro.
Assim como as suas primas sariemas do Alvorada, a avezinha azul do desenho animado foge do negacionismo e dos remédios ineficazes contra a Covid, caso da cloroquina, ainda hoje tema de insistentes “notas técnicas” do ministério do doutor Queiroga.
É inacreditável que a essa altura da tragédia (600 mil mortes depois), o STF ainda tenha que advertir os bolsolavistas mais delirantes. Galinha Pintadinha neles. E o Júlio, do Cocoricó, também está na causa.
Que a Peppa Pig, que já deu o exemplo das máscaras na Inglaterra, entre também na jogada. A ela se junte a Luna, a personagem que ama a ciência e pode dar aulas aos tiozões do churrasco que insistem contra o imunizante, sob o argumento de teorias da conspiração dignas do homem da caverna. Os marmanjões ignoram que as UTIs estão lotadas de quem fugiu da vacina. Expliquem para eles, crianças, vocês têm mais juízo.
É hora de juntar a turma toda. Como fez o “Mundo Bita”, no primeiro ano da pandemia, preocupado com o atraso na carteira de vacinação de rotina. São ações simples que valem por um governo repleto de negacionistas. Precisamos de todos os personagens, Zé Gotinha.
Que venha a zoeira toda dos trenzinhos dos super heróis da beira-mar de Fortaleza. Pelos poderes de Grayskull, apesar dos abestados e bilés da cuca, vamos vencer essa peste do coronavírus.
*Esse texto reflete, exclusivamente, a opinião do autor.