Um domingo carregado de tristeza

Como nos versos de Adelino Moreira, pode-se dizer que Ceará e Fortaleza foram solidários na dor: o alvinegro perdeu cá, e o tricolor perdeu lá 

Em Porto Alegre, com nove minutos de jogo o Fortaleza levou dois gols do Internacional, criando um prenúncio de desastre.

Ainda bem que Wellington Paulista converteu um pênalti, cometido em Carlinhos, e a tempestade foi controlada.

Depois disso, o travessão de Felipe Alves tremeu numa cobrança de falta de Cuesta e o primeiro tempo ficou nisso.

O tricolor até que foi a campo com disposição para encarar o Inter, mas não soube calcular os problemas quando da perda da bola, fato gerador de sua derrota: vulnerabilidade.

No segundo tempo empatou o jogo aos dez e, sete minutos depois, Deivid jogou fora a oportunidade de desempatar recebendo passe de Romarinho.

Uma jogadaça de Patrick terminou com o gol de Peglow e, uma bola perdida por Wellington Paulista na frente, resultou num gol atrás, fechando a conta para os gaúchos - 4 x 2.

O Inter não foi nenhum assombro e a má atuação individual de muitos, pelos lados do Fortaleza, contribuiu para que ganhasse o jogo.

Jogo para velocistas no Castelão

Estranho o futebol,  quando dois times mostram um enorme prazer de jogar e os gols são assinalados através de bolas paradas.

A intensidade do jogo extrapolou as medidas se transformando, também, numa prova de resistência.

A julgar por faixas de campo e desempenho individual de jogadores como Claudinho, Helinho, Edmar, Aderlan e Raul, o Bragantino foi superior ao Ceará.

O maior trabalho do Richard, com duas sensacionais defesas, nem se comparou a vida mais sossegada de Cleiton no arco do Braga.

Em muitas tentativas de ataque, nem Vina, nem tampouco Léo Chu, entregaram bem o que começaram a fazer.

Nos últimos dez minutos de jogo, a pressão do Bragantinoa ratificou a autoridade que o time paulista tem imposto nos seus jogos.
 
O jogo foi bom, o que não prestou para o Ceará foi a derrota.

Um domingo carregado de tristeza só serve para fazer um samba bom, segundo Vinicius de Morais.