Soube que alguns torcedores não receberam bem a identidade "Time do Kanal" (com K, mesmo), colocada em novas camisas do Ceará. O "canal" é uma comunidade humilde e pobre, colada ao muro do Estádio Carlos de Alencar Pinto. Para torcida do arquirival Fortaleza, chamar o Vovô de “time do canal” tem sido uma forma de zoar com os alvinegros.
E a ideia de "oficializar" a gozação adversária parece não ter sido recebida como decisão inteligente. Foi como dar munição aos inimigos.
O Ceará, sabidamente, é uma força com raízes populares. Um time das massas e, como se sabe, dos estratos mais pobres, como a comunidade do canal, que atravessa a Avenida João Pessoa.
Então, por que a rejeição? Fico imaginando os casos de duas grandes forças do futebol brasileiro: Palmeiras e Flamengo.
O primeiro tem, também, como símbolo o porco. O segundo, a maior força popular do País, é tratado como urubu.
"Os Porcos" e a "Urubuzada". Tudo absorvido em nome do afeto e da alegria. No ambiente festivo do futebol, isso não é tratado como forma desrespeitosa e pejorativa.