Também, acho que o jogador tem maior importância do que o treinador num time de futebol.
Acontece que, nos primórdios das comissões de campo, foi preciso organizar a brincadeira, para que todos os jogadores não chegassem à bola ao mesmo tempo.
E, aí, entrou o papel do orientador na seleção dos melhores jogadores e na escalação de quem tinha dinâmica de jogo para cada posição.
Ao chegarmos a “era dos exageros”, o treinador, com sua influência de 20%, passou a ocupar a posição, em muitos casos, de estrela da companhia e mais importante do que o jogador.
A partir daí, não teve jeito, o treinador passou a ser o crustáceo na luta do rochedo contra o mar.
O futebol, na essência do lúdico, nos dá o prazer de jogar e ver jogar.
Quando o jogador se livra das amarras (também necessárias, até certo ponto) estabelecidas pelo treinador, dá asas à imaginação, oferecendo espetáculo. “Palmas do auditório, que ele merece”.
Só que, quando o treinador dá a liberdade para o jogador construir, eis o que diz a crônica especializada sobre o Flamengo: “A equipe de Renato não controla nada. Parece até se abastecer do caos para se impor pela superioridade técnica”.
Aí, eu pergunto: quem é que controla, no duro, alguma coisa no Mundo, ora pombas”?
E o futebol tem que ser o quê, afinal de contas?
Na hora que prende, manda soltar. Na hora que solta, manda prender.
Preso à rigidez de uma função meramente tática, certamente que Michael não faria o gol espetacular que fez contra o América Mineiro, domingo passado.
Bem ao estilo de Maradona e, no dizer dos antigos, “só pra encardir”.