O Flamengo de Renato Gaúcho não é bem um time que jogue com as suas linhas muito altas, de rigorosa marcação sob pressão no campo adversário. Também não é reativo como dizem, pomposamente, os analistas.
No entanto, é um time de futebol vistoso, joga com prazer e tem vencido por placares folgados, o que não acontecia sob o comando de Rogério Ceni.
E sabem o que os analistas falam sobre o seu treinador?
Que Renato Gaúcho com o seu estilo pouco professoral com os jogadores, não oferece quase nada em termos de conceitos, estratégias e padrões, além das goleadas.
Ué, e se o sucesso do método Renato pelos clubes que ele dirigiu for aquele de acordo com o seu jeito largadão, permitindo que os jogadores abram asas à imaginação coletiva e individual?
Penso que a falta de generosidade com o treinador do Flamengo deriva de um problema de compreensão dos analistas, pelo fato de Renato não usar em suas declarações de termos empolados, ditos modernizantes, como “skalke”, “sprints”, “sinopses dos últimos trinta metros”, “extremos desequilibrantes” e outras tolices.
O importante para o brasileiro parece ser, mesmo, a pose e o palavreado.
Há excesso de explicação e escassez de compreensão.
Vai ver não encontraram razões para colocar defeitos no trabalho do treinador Vojvoda do Fortaleza, pelo simples fato de não entenderem bem o que ele diz.
Não se animarão certamente em compreender que o estilo manso do argentino é capaz de extrair do jogador muito mais do que baboseiras aportuguesadas e outras “pérolas”.