Ode ao drible

Confira a coluna desta terça-feira (6) do comentarista Wilton Bezerra

Legenda: "O drible de corpo é quando o corpo tem presença de espírito", disse Chico Buarque.
Foto: reprodução

"Podem me prender. Podem me bater. Podem, até deixar-me sem comer. Que eu não mudo de opinião. São versos de Zé Kéti, na música "Opinião", que uso para dizer que o drible é o ato mais importante do futebol.

Não adianta me dizerem que o passe é mais importante. Na minha visão, é o drible e papo encerrado.

Volto ao tema, quando vejo Erick Pulga, do Ceará, executar vários dribles sobre os marcadores e fazer um golaço na vitória do Ceará sobre o Atlético. 

É prazeroso ver, num drible, Moisés, do Fortaleza, deixar o goleiro do Barbalha sentado no chão e assinalar o gol, com a meta vazia.

O drible desconcertante é chave para abrir esquemas defensivos fechados.

Vejam o que nomes geniais dizem sobre o drible no País de Garrincha, o driblador-mor.

"Brasileiro, adorando driblar, espuma de ódio quando é driblado". Paulo Mendes Campos.

"O drible de corpo é quando o corpo tem presença de espírito". Chico Buarque.

"A arte do drible é dizer que sim e executar o não".  Ignácio de Loiola Brandão.

"Todos os os jogadores são marcáveis. Menos Mané Garrincha. Mané em dia de Mané, só com um revólver", Nilton Santos.

"Garrincha não era de carne e osso. Se o Mané fazia uma coisa em campo, no replay fazia outra". Nei Conceição.

"Driblar qualquer jogador do Mundo pode. Mas, até parece que só o brasileiro detém os segredos do drible". Ruy Castro.

O passe é a razão. O drible é a intuição. Um vem do cérebro. O outro do coração.

Viva o drible, viva os dribladores!

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