O Monumental

1979 foi um ano importante e especial na minha vida profissional.

Contratado pela equipe esportiva da Rádio Uirapuru,
desembarquei de mala e cuia em Fortaleza.

E, de cara, o batismo internacional, em transmissão esportiva, direto do Monumental de Nunez.

Jogo Argentina x Brasil, Copa América, terminado com empate de 2 x 2.

Ao meu lado, o saudoso narrador e amigo Francisco Silva, o"Foguinho".

Confesso meu deslumbramento com a atmosfera reinante no estádio.

Aquilo era uma coisa nova para o comentarista vindo de Juazeiro do Norte.

João Saldanha, o "João sem medo", comentarista esportivo polêmico, era disputado por emissoras argentinas para dar entrevistas.

Uma turma de socialites brasileiros, tendo à frente Carlinhos Niemayer, bem animada, fazia muvuca.

A elegância das pessoas (fazia um frio de rachar) próximas ao setor organizado de cabines de rádio, para emissoras de outros países, nos impressionou.

Parte do estádio que percorremos nos chamou a atenção, pelo acabamento do seu interior, ambiente fino que mais parecia um teatro.

Pois será esse estádio monumental o palco para o Fortaleza enfrentar o River Plate, dono da casa, pela Libertadores.

Mesmo longe do local do jogo, que conheci há 43 anos, asseguro que a emoção é a mesma.

Ainda por cima, pelo fato de um time cearense pisar em solo argentino para jogo pela mais importante competição do Continente.

Momento impregnado de boa e renovada lembrança para o comentarista.

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