O futuro é o 'daqui a pouco'

Legenda: "De ouro é o tempo, que nos foi dado para viver"
Foto: Pexels

Na primeiras horas do dia, ainda com gosto de café na boca, uma vozinha me diz: "Vai escrever, Wilton. Batuque nas pretinhas do computador e revisite, no celular, os apontamentos feitos, quando traçavas uma inofensiva cervejinha. Escreve, até, sobre poesia, que é ‘o jeito mais simples de dizer coisas complicadas’, segundo o poetinha".

A vozinha continua: "Vai, deixa de ser estranho. Fala de novas realidades. Olhos digitais estão em toda parte. Na falta de assunto, escreve sobre o tempo, que é a maior distância que há. Mas, não se deixe engabelar por essa história de 'idade de ouro', entre os 15 e 30 anos, como o melhor tempo de nossa vida. De ouro é o tempo, que nos foi dado para viver”.

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E lá vou eu, nessa fadiga de viver, abordar tempo difíceis. Que tempos não o são?

Quantos de nós recordamos tempos que não gostaríamos de ter vivido, pelo desperdício de felicidade.

O tempo é arbitrário e nos traz contratempos. Entretanto, não adianta fazer “beicinho” contra ele, em sua marcha inexorável.

Falamos do tempo o tempo todo, porque ele é que define o nosso tempo, aqui, na Terra, a não ser que existam seres humanos esquecidos pela morte.

Aliás, penso pedir recontagem do meu tempo de vida, pois os 73 anos que completarei em setembro passaram mais ligeiro do que enterro de pobre.

Aconselhável para quem já ultrapassou a barreira dos 70 não fazer planos para o futuro. Não sacrificar o presente, pensando em construir um futuro abstrato.

A vida é breve, como a vida da flor, nada mais que a folhagem antes da foice.

O futuro é o “daqui a pouco”.